Jacques Wagner abre Conferência Estadual de Juventude
Após a abertura no dia 28/03 que contou com a participação do governador Jacques Wagner, a Conferência de Juventude da Bahia encerra neste domingo (30/03). No segundo dia, ontem(29/03), ocorreram palestras e mesas temáticas para discutir problemas levanta
Publicado 30/03/2008 11:42 | Editado 04/03/2020 16:21
A realização da Conferência é ponto alto de um processo que começou há dois meses e mobilizou, através da campanha Jovem Gera Ação, mais de 12 mil jovens do interior do estado, que participaram de plenárias que aconteceram nos 26 territórios de identidade da Bahia. Durante seu discurso, Ângela Guimarães, representante da Comissão Estadual de Organização (COE), ressaltou o esforço dos jovens que compareceram às plenárias estaduais e que vieram a Salvador para expor suas idéias. “Esse evento é fruto dessa juventude que percorreu milhares de quilômetros para fazer desse momento um momento vitorioso”, afirmou.
A iniciativa de aproximar os jovens das decisões que afetam diretamente as suas vidas foi muito celebrada pelos diversos segmentos representados na abertura do evento. O governador Jacques Wagner fez questão de ressaltar a importância dessa participação para o seu governo em todos os âmbitos, não apenas em relação aos jovens. Ele afirmou que “Na Bahia, antes, existia a política do ‘manda quem pode obedece quem tem juízo’, hoje, estamos no tempo do organiza quem pode por delegação e participa quem tem consciência, como vocês que estão aqui hoje”.
Entre os parlamentares presentes na cerimônia de abertura, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB), que também é vice-presidente da Comissão de Políticas Públicas para Juventude da Câmara dos Deputados, afirmou que a Bahia está trabalhando para compensar os muitos anos em que os temas específicos da juventude não foram abordados de forma séria. “Só agora a Bahia entra nesse debate, o estado demorou muito para encarar esse assunto pela monopolização do poder na mão de políticos antiquados e embolorados”.
Segundo o deputado estadual e vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Juventude Javier Alfaya (PCdoB) a união dos diversos segmentos que constituem a juventude é responsável por um forte e histórico front de luta da sociedade. “As diversas juventudes juntas constituem um segmento muito ativo e criativo, uma força permanente no processo de questionamento das injustiças e elaboração de propostas e essa Conferência é a expressão institucional disso”, afirma Alfaya.
A vontade de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa não só para os jovens pôde ser percebida na abertura do evento e dá a tônica de toda a Conferência. Para o estudante Valquimar Vieira, do município de Alcobaça, no Extremo Sul do estado, “a crença no poder de transformação do diálogo é o que une as pessoas que estão aqui”. Sobre as questões que afetam os jovens da sua região, Viera afirma que entre as principais preocupações está a qualificação profissional. Segundo ele, muitos jovens que terminam o ensino médio não conseguem colocação no mercado de trabalho por falta de cursos profissionalizantes.
A mesma preocupação demonstrou Jaguatiri Pataxó, estudante de 25 anos que foi ao evento representar os jovens de Cabrália, no Sul do estado. Membro de um dos povos indígenas mais numerosos do estado, Jaguatiri, destacou outros problemas que afligem os jovens indígenas. “Viemos para conquistar mais espaços e para discutir as problemáticas da juventude indígena, principalmente a discriminação racial, que muito nos atinge”, afirmou.
No segundo dia (29/03) ocorreram palestras e mesas temáticas para discutir problemas levantados durante as conferências territoriais relacionados a temas como educação, meio ambiente e comunicação e mídia, entre outros . Neste domingo (30/03) será apresentado um documento com as resoluções da Conferência. A expectativa é que o documento consiga refletir as necessidades e desejos dos jovens. Para Juremar de Oliveira, presidente da União da Juventude Socialista da Bahia, entre esses desejos está a criação de um órgão executivo específico para tratar do assunto, seja ele uma secretaria ou uma coordenadoria. “Esperamos que, com a participação da sociedade civil organizada e do poder público, saia a elaboração de um plano estadual de políticas públicas para a juventude que seja capaz de atender aos anseios demonstrados durante as plenárias territoriais,” destacou.
De Salvador,
Rodrigo Rangel Jr.