Salipi ganha dimensão internacional em sua 6ª edição
Em um único espaço, música, poesia, artes plásticas, cordel, palestras, exposição fotográfica e lançamento de livros reunidos. Assim é Salão do Livro do Piauí (Salipi) que entra em sua 6ª edição. O evento, que se firmou como referência no calendário cultu
Publicado 30/03/2008 21:17 | Editado 04/03/2020 17:02
Soares fala sobre a sexta edição do Salipi, que será realizado no período de 1° a 7 de junho, no Centro de Convenções de Teresina e destaca o surgiu do evento, hábito de leitura e a produção literária piauiense. Já sobre as novidades de 2008, o professor diz que “a vinda de escritores estrangeiros, garantindo ao Salipi uma dimensão internacional, é uma das grandes novidades deste ano”. Confira a entrevista:
Acessepiauí – Como surgiu a idéia do Salipi?
Wellington Soares – Quando percebemos que era urgente colocar o Piauí no circuito nacional do livro, seguindo o bom exemplo de outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Todos procurando, através de Feiras e Bienais, incentivar o recomendável hábito da leitura. Sem falar também, da necessidade em incrementar o nosso mercado livreiro, ainda tão reduzido. Como já fazíamos o Língua Viva, seminário na área de comunicação, tendo à frente o prof. Cineas Santos, chegar até ao Salipi foi apenas um desdobramento. Hoje, em sua 6ª edição, firmar-se como um dos mais importantes eventos culturais do Piauí.
Acessepiauí – O piauiense tem hábito de leitura?
WS – Como os brasileiros de um modo geral, aqui ainda se lê muito pouco. Precisa melhorar bastante. Inaceitável é continuarmos com o índice tão baixo de dois livros por ano, uma média que nos envergonha e que nos deixa atrás de países como Chile, Argentina e Cuba. Se compararmos com a França, cuja população chega a ler de seis a oito livros, nosso desempenho é bastante lamentável, como se já não bastassem as derrotas no futebol.
Acessepiauí – Como estimular o habito para a leitura no mundo de hoje onde a tv, games e internet são a maior companhia dos adolescentes?
WS – Usando de todos os recursos disponíveis e imagináveis: feiras de livros, quantidade maior de bibliotecas e livrarias, incentivos dos pais e escolas, empréstimos de livros, revistas em quadrinhos, depoimentos de escritores e pessoas famosas, filmes inspirados em obras, concursos literários, dentre outros meios.
Acessepiauí – Como anda a produção literária hoje no Piauí?
WS – Cada vez melhor, tanto em número de livros publicados quanto de novos talentos surgindo. Para se ter uma idéia, são quase 30 livros lançados a cada nova edição do Salipi. O que falta no nosso mercado livreiro, infelizmente, é a importante presença do leitor, sem a qual nossa produção fica comprometida.
Acessepiauí – Qual a sua avaliação sobre as bibliotecas públicas de Teresina?
WS – Deixam muito a desejar, quer do ponto de vista de estrutura como do acervo bibliográfico. Além de poucas, a quase totalidade funciona precariamente, inclusive fechando nos finais de semana e feriados. O mais grave: colocam pessoas que não têm nenhuma intimidade com os livros para trabalhar no setor.
Acessepiauí – Quais as novidades do Salipi para este ano?
WS – A grande novidade é a vinda de escritores estrangeiros, ganhando o Salipi uma dimensão internacional. Já confirmaram participação Senel Paz (Cuba), José Eduardo Agualusa (Angola) e Ana Luíza Amaral (Portugal).
Fonte: Acesse Piauí