Romário anuncia adeus ao futebol profissional
O atacante Romário, 42 anos, anunciou na segunda-feira (14), de forma oficial, a sua despedida do futebol profissional. No Rio de Janeiro, o agora ex-jogador prometeu voltar aos campos apenas para disputar a sua partida de despedida, caso ela aconteça.
Publicado 15/04/2008 11:11
“Minha fase já passou. Oficialmente, pode ser que eu faça o jogo de despedida com a camisa da Seleção ou com uma camisa personalizada dos três times que eu defendi no Rio (Flamengo, Fluminense e Vasco). Isso realmente seria um sonho para mim”, disse Romário, que lançou hoje o DVD “Romário é Gol”, que reproduz mais de 910 gols do ex-atacante.
“Eu gostaria de ter uma festa no Maracanã para encerrar a minha participação no futebol. Como eu já havia comentado antes, não pretendo seguir a carreira de técnico, mas se o presidente (da CBF) Ricardo Teixeira quiser contar comigo para campanha do Brasil na Copa (de 2014), eu vou gostar muito”, disse.
Outro objetivo de Romário é ajudar a resgatar o América, que foi rebaixado para a segunda divisão do Estadual do Rio. “Sou torcedor do América. Pretendo ajudar o clube no ano que vem. Não sei como. Primeiro quero pensar nas minhas férias, afinal, estou aposentado”, concluiu Romário.
Com 1002 gols anotados na carreira, Romário encerra seu ciclo no futebol profissional depois de tentar a sorte como técnico do Vasco. No início do ano, ele comandou a equipe cruzmaltina em algumas oportunidades, mas deixou o cargo.
Romário só não entrou em campo com a camisa do Vasco em 2008 pois tinha sido suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) no Brasileiro do ano anterior, por doping – uso de finasterida, encontrada em um tônico capilar.
Carreira
Romário deu seus primeiros passos no futebol com a camisa do Vasco e, em 1985, estreou como profissional. Ele permaneceu em São Januário até 1988, quando foi negociado com o PSV Eindhoven, da Holanda, por US$ 5 milhões à época.
Romário marcou época no clube holandês, sendo artilheiro quatro vezes de forma consecutiva. Ele foi o primeiro jogador colocado no “Hall da Fama” do time holandês e, em 1993, deixou a equipe para defender as cores do Barcelona.
No Camp Nou, Romário teve um início arrasador na pré-temporada, marcando 17 gols em doze partidas. Com o sucesso no time azul-grená, ele conseguiu recuperar o seu espaço na Seleção Brasileira e conquistou o título espanhol da temporada 1993-94.
Porém, após algumas críticas da imprensa e problemas com companheiros, ele surpreendeu e decidiu retornar para o futebol brasileiro em 1995. No clube catalão, ele conquistou o título de Melhor Jogador do Mundo pela Fifa, em 1994.
A escolha de Romário no retorno ao Brasil foi o Flamengo. Na Gávea, ele chegou como a grande estrela e formou o chamado “ataque dos sonhos”, com Sávio e Edmundo. Porém, o trio acabou não se entrosando e o atacante fracassou em sua primeira temporada no clube rubro-negro.
Na época, a torcida do Vasco da Gama apoiou-se em um jingle criado para a empresa aérea Varig para ironizar o “ataque dos sonhos” do rival, cantando no Maracanã o célebre “pior ataque do mundo”, ao som do jingle da Varig.
No ano seguinte, Romário se recuperou e levou o título do Campeonato Carioca de 1996. Após passagem apagada pelo Valencia, ele retornou ao clube rubro-negro em 1998 e conseguiu conquistar mais um título estadual, em 1999.
Após 11 anos, o artilheiro voltou para o Vasco, após uma polêmica saída do Flamengo. Acabou passando por momentos de briga com Eurico Miranda e Edmundo no clube cruzmaltino e, em 2002, acertou sua transferência para o Fluminense.
Nesta época, das brigas com Edmundo, uma ficou célebre. Romário resolveu bater um pênalti e seu desafeto, Edmundo, não gostou. Após Romário perder o pênalti, Edmundo disse que “foi o rei (Eurico Miranda) que mandou o príncipe bater, cabe à corte aceitar”.
Dias depois, Romário fez um belo gol e respondeu com uma de suas frases mais famosas: “Agora, a corte está toda feliz. O rei, o príncipe e o bobo”, disse.
Em sua terceira equipe grande no Rio de Janeiro, Romário oscilou entre boas atuações e seguidas lesões. Em sua estréia, levou 70 mil torcedores tricolores ao Maracanã e marcou dois gols na goleada sobre o Cruzeiro por 5 a 1. Um dos melhores momentos foi ter ajudado o Fluminense a chegar à semifinal do Brasileiro, em 2002, quando a equipe acabou eliminada pelo Corinthians.
No ano seguinte, ele marcou sua passagem pelas confusões: agredindo um torcedor que o irritou durante um treino e dando um soco no zagueiro Andrei, seu companheiro de equipe, na derrota por 6 a 0 para o São Paulo, no Morumbi.
Antes de definir sua quarta — e última — passagem pelo Vasco, Romário voltou ao futebol estrangeiro. Em 2003, ele defendeu o Al Saad, mas não marcou um gol sequer pelo time do Oriente Médio. Três anos depois, sonhando com o milésimo gol, ele jogou pelo Miami FC, dos Estados Unidos.
Naquele mesmo ano, só que pelo Adelaide United, da Austrália, Romário fez um número limitado de partidas e não conseguiu a seqüência de gols esperada pelos torcedores. No time da Oceania, o artilheiro saiu com apenas um gol marcado.
De volta ao Vasco em 2007, Romário concluiu seu objetivo de chegar ao milésimo gol na carreira diante do Sport, pelo Campeonato Brasileiro daquele ano, em São Januário. De pênalti, o jogador repetiu o feito de Pelé e coroou uma carreira marcada por títulos e confusões.
Além das conquistas pelos clubes, Romário também se destacou com a camisa da Seleção Brasileira. O principal título obtido pelo atacante foi a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, quando ele liderou a equipe verde e amarela na conquista do tetra.
Com informações do Portal Terra