Centrais condenam ação da BM gaúcha contra movimentos
Segundo matéria publicada pela Agência Carta Maior, o respeitado jornalista Marco Aurélio Weissheimer, o Coronel da Brigada Militar (BM) Paulo Mendes é considerado uma espécie de “Capitão Nascimento” dos Pampas e é conhecido também por suas declarações po
Publicado 13/06/2008 18:50
Como subcomandante da Brigada Militar, já defendeu a pena de morte e a ida de bandidos para “o paredão”. Além disso, em 2007, defendeu que os cidadãos deveriam começar a reagir aos assaltos, contrariando as recomendações da própria polícia que não aconselham esse tipo de comportamento.
Nos últimos meses, Mendes vem se notabilizando também por comandar atos de repressão contra ações e protestos de movimentos sociais e sindicalistas. Admiradora do trabalho do coronel, a governadora Yeda Crusius (PSDB) não quer nem ouvir falar em substituí-lo.
Foi o mesmo Coronel que comandou a repressão aos trabalhadores que participavam de uma marcha contra o governo Yeda Crusius e a flagrante corrupção. Os manifestantes, que partiram em marcha do Ginásio Tesourinha em direção ao Palácio Piratini e, no trajeto pretendiam fazer uma manifestação contra o abusivo preço dos alimentos, foram dura e covardemente reprimidos pela ação truculenta da Brigada Militar, que disparou balas de borracha, além de agredir e prender diversos manifestantes.
Comandados pelo Coronel Mendes, ainda apreenderam o carro de som, numa ação de censura contra o direito de expressão.
Diante desses fatos, a CTB-RS manifesta sua solidariedades aos movimentos sociais, condena veementemente a ação da Brigada Militar, comandada pelo Coronel Mendes, sob a batuta da Governadora Yeda Crusius, enlameada pela corrupção de sua gestão, à frente do Estado.
No entendimento dos trabalhadores, é necessário que haja um incentivo à produção de alimentos, à agricultura familiar e à Reforma Agrária, ao contrário do que vem fazendo esse governo, que incentiva a plantação de eucaliptos.
Leia abaixo a íntegra da nota da CUT-RS:
Moção de Repúdio aos atos de Violência contra os Movimentos Sociais no RS e Contra Corrupção no Governo Yeda/Feijó
A Direção Executiva da CUT Nacional, reunida no dias 10 e 11 de junho, em São Paulo, expressa seu apoio à ação da CUT-RS que, articulada aos movimentos sociais do Rio Grande do Sul, está realizando um conjunto de mobilizações contra a corrupção no governo Yeda/Feijó e contra o desmonte do Estado.
É lamentável a forma como os movimentos sociais vêm sendo tratados neste Estado, no qual a orientação da política de segurança é a repressão aos movimentos sociais. Neste momento, talo conduta recrudesce, como visto na capital gaúcha ontem. Mobilizações pacíficas contra a corrupção no governo Yeda, em defesa do fortalecimento do Estado e do aprofundamento da democracia no Estado foram reprimidas com a utilização de bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra os manifestantes. As cenas de ontem não são caso isolado; a Brigada Militar tem agido assim ao longo dos últimos anos.
Além de manifestar sua indignação e exigir providências que apurem a origem do abuso de autoridade, a CUT Nacional convoca as entidades CUTistas a se somarem à agenda de mobilizações da CUT-RS e da CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais) nas manifestações populares que seguem:
11 de junho – Via Campesina inicia uma jornada estadual de luta;
12 de junho – atos regionais contra a corrupção no interior do Estado, com protestos em Pelotas, Santa Maria, Caxias do Sul, Missões, Passo Fundo e Santa Cruz do Sul. Bancários convocam um abraço ao edifício-sede do Banrisul, na Praça da Alfândega, às 12h;
13 de junho – grande ato contra o desmonte da educação, em Porto Alegre. Os estudantes também prometem fazer passeatas e manifestações ao longo da semana;
16 de junho – plenária de mobilização dos movimentos sociais, em local a ser definido, na capital;
19 de junho – ato público em frente ao Palácio Piratini.
Direção Executiva da CUT Nacional