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Emily Dickinson: Florir – é um fim – casualmente

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Florir – é um Fim – casualmente
Vendo uma Flor no campo
Talvez sequer alguém perceba
A sutil Circunstância


 


 


Que há na Lúcida Tarefa
A tal custo cumprida
Para se abrir qual Borboleta
Ao Sol do meio-dia –


 


Encher Botão – evitar Bicho –
O Orvalho obter bem cedo –
Expor-se à Luz – fugir ao Vento –
Precaver-se da Abelha


 


 


E não frustrar a Natureza
Que nesse Dia a aguarda –
Ser uma Flor é uma profunda
Responsabilidade –


 


 


Emily Dickinson
Alguns poemas
Tradução de José Lira
Editora Iluminuras – edição 2006