Petistas reagem a denúncias de ex-assessor
Diante das denúncias de arrecadação irregular para campanhas do PT, publicadas pela revista Veja, líderes gaúchos do partido decidiram interpelar judicialmente o autor das acusações, o ex-assessor Paulo Roberto Salazar da Silveira.
Publicado 15/09/2008 09:16 | Editado 04/03/2020 17:11
O deputado Elvino Bohn Gass, a candidata à prefeitura Maria do Rosário e o secretário-geral da sigla, Carlos Pestana, todos apontados pelo ex-militante como envolvidos nas supostas irregularidades, anunciaram a intenção de processá-lo.
Em entrevista a Veja, Salazar afirma ter sido funcionário-fantasma dos deputados Bohn Gass e Raul Pont entre 1998 e 2005, período durante o qual sacava seu salário e o repassava ao partido. Ao mesmo tempo, Salazar trabalharia na Associação em Tempo, onde administraria o suposto caixa 2 destinado a financiar candidaturas da Democracia Socialista (DS).
“Essas denúncias são infundadas, mentirosas e extemporâneas. No período em que esteve no meu gabinete, trabalhou exercendo suas funções de assessor”, afirmou Bohn Gass.
O parlamentar diz que sua assessoria já estuda maneiras de acionar judicialmente Salazar. Procedimento semelhante é adotado por Pestana, que era vereador em 2004, ano em que Salazar diz ter recebido doações de cotas de selos. Esse material teria sido revendido para financiar a campanha petista à prefeitura.
“Pretendo interpelá-lo para ver se ele confirma na Justiça o que disse à revista”, disse Pestana.
Apontada na reportagem como integrante de chapa beneficiada com os recursos dos selos em 2004, Maria do Rosário reagiu ontem com maior indignação a denúncias:
“Vou processar o cara que fez a denúncia, sujeito que eu não conheço, e vou processar a Veja e os jornais que repercutirem isso de forma a confundir o eleitorado e tentar desmerecer a biografia que nós temos.”
Procurados por telefone, Pont e o presidente estadual do PT, Olívio Dutra, não foram localizados até as 21h30min de ontem.
Entre os adversários do PT, a denúncia foi recebida com cautela. Os deputados Cassiá Carpes (PTB) e Edson Brum (PMDB) preferem aguardar as explicações. Ambos acham prematuro cogitar a abertura de uma CPI. Posição compartilhada por Alexandre Postal (PMDB), que, no entanto, ressalva:
“Temos de aguardar explicações, mas as denúncias, feitas por alguém que era do partido, mostra que o PT faz algo diferente daquilo que prega.”
Fonte: Zero Hora