Belo Horizonte: Para derrotar Lacerda, é Jô!

No ânimo das ruas, nos números de pesquisas, no desespero e despreparo de Lacerda, por estes e outros sinais, o segundo turno está à vista em Belo Horizonte. É o troco da capital da terra dos inconfidentes à arrogância da Coroa, na atualidade, represen

Por Adalberto Monteiro*


 


“Belo Horizonte precisa e merece o segundo turno.” É o que tem disseminado a campanha de Jô Moraes. E os números do DataFolha, divulgados em 18 de setembro, indicam que é possível sim segundo turno em BH. O DataFolha indica um viés de baixa de Marcio Lacerda, o aumento do seu índice de rejeição e, ainda, 44% de indecisos na pesquisa espontânea. Na estimulada Lacerda aparece com 41%, já na espontânea as intenções de voto caem para 29%. Essa desproporção indica que grande parte das intenções de voto de Lacerda é frágil. A candidatura dele é um engasgo. Espinhosa demais para ser engolida. Mesmo sob uso maciço de tempo TV ( um “latifúndio” de quase 12 minutos”), aplicação volumosa de dinheiro e uso descarado da máquina pública, o eleitorado mineiro, desconfiado por natureza, resiste e hesita.


 


Esse segundo turno à vista em BH vem sendo construído palmo a palmo, desde junho pela campanha de Jô. Sua candidatura é uma resposta à arrogância do governador e do prefeito que calcularam que poderiam impor um candidato desconhecido e sem credenciais para governar a cidade. Jô fez um apelo para que BH se levantasse contra essa imposição e o segundo turno à vista demonstra que o eleitorado acolhe essa mensagem.


 


No acordo Aécio- Pimentel, o governador assumiu o papel de “o conquistador” e Pimentel o lastimável epíteto de o “traidor”. O presidenciável tucano, “sem dar um tiro”, receberia de Pimentel o governo da capital. Em troca, Aécio ofertou para o prefeito um “espelhinho”, a promessa de apoiá-lo em 2010 para o Palácio da Liberdade. Além disso, esse arranjo serve ao marketing da campanha presidencial do tucano, algo, como o “conciliador”. Um embuste.


 


Essa negociata benéfica apenas ao governador e ao prefeito, à margem dos interesses da cidade, fraturou o PT e cindiu a base de apoio do governo Lula. A candidatura de Jô se levantou contra esse arranjo e se tornou o canal de expressão de um campo político democrático, popular e de esquerda em defesa do legado das gestões de Patrus Ananias e de Célio de Castro. Contra a traição, levantaram-se personalidades, lideranças cujo traço é a coerência e a fidelidade à causa do povo.


 


É uma candidatura em defesa das conquistas políticas, econômicas e sociais do ciclo aberto em BH por Patrus Ananias e Célio de Castro. Em vez do neoliberal choque de gestão de Aécio e Lacerda, Jô assume o compromisso de dobrar os recursos para o Orçamento Participativo e com novos métodos e metas tornar BH uma metrópole mais humana e solidária.


 


Jô é a candidata da coligação PCdoB-PRB e tem o apoio entusiástico do vice-presidente da República, José Alencar. O PCdoB, o partido de Jô, além do PT, é o partido que apoiou Lula em todas suas campanhas. Ela faz parte do Conselho Político do presidente Lula. Tem o apoio do PT autêntico de Minas e simpatia dos ministros Patrus Ananias, Luis Dulci. Ela tem o apoio da família, de Célio de Castro, de personalidades de outras legendas, de diferentes segmentos sociais, empresariais, do mundo cultura, da ciência e da arte, do movimento social, da juventude.


 


A efetiva possibilidade de segundo turno é um mérito dos demais candidatos que não se curvaram às pressões dos “palácios”. Mas, a candidatura de Jô, pela história política da candidata, pelos apoios políticos e socais que conquistou, é a que sou reúne melhores condições para ir ao segundo turno e vencer Lacerda.


 


Lacerda é um engasgo, atravessado na garganta do eleitorado. À medida que o eleitorado toma consciência de quem é ele, que interesses representa e que idéias defende, o seu índice de rejeição aumenta. Já se sabia: é o candidato mais rico do Brasil, milionário que nunca recebeu um voto. Não tem méritos, só tem padrinhos. É uma candidatura decorrente de uma traição política. E agora Lacerda é revelado por ele mesmo, conforme a entrevista que concedeu ao jornal Hoje em dia, dia 21. Se alvo de calúnia em vez de acionar a justiça, ele é do tipo de fazer a justiça coma as próprias mãos. E o mais grave, veja o que ele pensa sobre a criminalidade: “crime é como uma carreira. Muita gente vai para o crime para consumir. Agora, tem gente aí nesse bolo que é irrecuperável seja por genética ou por trauma”. A propósito, leia a matéria publicada no Vermelho: Entrevista desmascara o Lacerda que BH desconhece.


 


* Jornalista e poeta, presidente da Fundação Mauricio Grabois