Sindicalista seqüestrado reaparece

O presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores do Rio de Janeiro e diretor jurídico do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José da Silva, seqüestrado no dia 24, reapareceu no começo da noite do dia 25. Sebastião foi torturado por quase 26 horas.

Quando saía da sede do Sindicato, Sebastião foi abordado por um homem que se identificou como policial e disse que o levaria para a delegacia. No carro, mais três homens o puxaram para dentro, quando foi encapuzado e amarrado.



Segundo informações apuradas, Sebastião acredita ter ficado em um galpão, onde apanhou dos quatro homens. O sindicalista ficou com diversas marcas pelo corpo e na cabeça. Uma corda foi usada para enforcá-lo. No pulso também há marcas da corda que o amarrava.



Assim que a notícia do seqüestro correu, membros da oposição sindical dos rodoviários começaram a denunciar o caso. No dia 25, cerca de 200 rodoviários estiveram em frente ao Tribunal Regional de Trabalho – TRT Rio para denunciar o golpe eleitoral e o seqüestro do líder da oposição rodoviária.



Segundo Sebastião um outro grupo foi buscá-lo dizendo que iriam matá-lo. No caminho, na subida do viaduto de Coelho Neto, os bandidos retiraram o saco de sua cabeça e reduziram a velocidade. Foi quando ele pulou do carro em movimento.
 

Ainda com as mãos amarradas, ele pegou um táxi e foi para casa. “Acho que eles facilitaram por causa da pressão”, disse Sebastião ao chegar na 6ª DP (Cidade Nova), onde prestou depoimento.



O sindicalista ainda estava muito tonto pela falta de remédios para o coração – ele usa um marcapasso cardíaco. Dirigentes sindicais pediram rigor nas investigações ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.



Sebastião integra a chapa de oposição ao Sindicato dos Rodoviários. A última eleição foi suspensa pela justiça por conta de fraudes. Agora, tanto o Ministério do Trabalho quanto do Ministério Público acompanham o processo. A nova data será marcada pela justiça.