Obama e McCain vão a debate em meio a ataques mútuos
Os candidatos à presidência dos Estados Unidos se enfrentarão nesta terça-feira (7) em um debate na cidade de Nashville, no Tenessee, o segundo dos três debates programados, em meio a acusações e ataques entre si.
Publicado 07/10/2008 12:03
A mídia americana aposta em um “choque” entre Barack Obama, candidato democrata, e o republicano John McCain, a menos de 30 dias das eleições gerais do país.
De acordo com as pesquisas, Obama segue na dianteira na intenção de voto nos Estados Unidos e em estados chave, como Ohio, Michigan, Pensilvânia e New Hampshire.
Uma pesquisa divulgada ontem pela empresa Gallup revelou que Obama, senador por Illinois, conta com 50% de apoio do eleitorado, oito pontos mais que McCain, senador por Arizona.
Em uma tentativa de inverter a vantagem de seu oponente, McCain e sua companheira da chapa, Sarah Pali, intensificaram os ataques e deixaram de lado a situação econômica, um dos pontos fracos da dupla republicana.
Diante de tal estratégia, a campanha eleitoral se tensionou, após as respostas do candidato democrata.
Obama apresentou na segunda-feira um vídeo chamado “Escândalo dos cinco de Keating”, sobre a suposta ligação de vários senadores, entre eles McCain, a um caso de corrupção ocorrido na década de 1980.
Por sua vez, o candidato republicano chamou seu rival de “mentiroso”, ao assinalar que Obama o acusou de se opor às regulações financeiras que teriam evitado a atual crise econômica nacional.
Debate ao vivo
O debate entre Obama e McCain, que acontece às 21h locais (22h de Brasília) e terá duração de 90 minutos, será televisionado ao vivo pela rede CNN norte-americana (em inglês e espanhol) e pelas brasileiras GloboNews e Record News com tradução simultânea. No próximo dia 15 acontece o terceiro e último debate antes do pleito, marcado para 4 de novembro.
Em relação ao debate, “Obama só precisa continuar se apresentando como alguém absolutamente capaz de assumir a presidência e concentrar sua campanha na crise econômica. McCain deve mostrar Obama como um risco inaceitável”, afirmou à agência France Presse, Thomas Mann, especialista em política americana da Brookings Institution.
“Um novo debate oferece poucas oportunidades para McCain de mudar as bases destas eleições, dadas as preocupações econômicas profundas dos eleitores”, acrescentou Mann.
Entre o primeiro debate, dia 26 de setembro, e o desta terça-feira, Obama e McCain se encontraram apenas uma vez publicamente, quando foram a Washington para a votação do plano de resgate financeiro no Senado, na semana passada. Os dois apertaram as mãos, sem dizer nenhuma palavra.
McCain se preparou para o debate até ontem em sua casa em Sedona, no Arizona, enquanto Obama participou de ato de campanha, em Asheville, na Carolina do Norte.
Pesquisas exaltam ânimos
McCain perdeu terreno nas pesquisas, entre outros motivos principalmente pela incapacidade em responder as preocupações econômicas. Com a intensificação da crise, a maioria do eleitorado americano passou cada vez mais a associar a crise com os oito anos do governo republicano do presidente George W. Bush.
O candidato democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama, continua à frente do republicano John McCain em cinco pesquisas de intenção de voto de âmbito nacional que foram divulgadas nesta segunda-feira.
Além do Gallup, outro instituto que apontou uma vantagem de oito pontos de Obama sobre McCain foi o Rasmussen, no qual o democrata tem 52% das intenções de voto e o republicano, 44%. Esses percentuais foram tirados de mil entrevistas realizadas também entre 3 e 5.
Obama também aparece à frente nos levantamentos do Hotline/FD Tracking, que dá 47% da preferência a Obama e 41% a McCain; do Democracy Corps, que dá 49% a Obama e 46% a McCain; e do GW/Battleground Tracking, que dá 50% a Obama e 43% a McCain.
Desde a semana passada, quando passou a colecionar números desfavoráveis em pesquisas, a campanha republicana elevou o tom de seus ataques.