Lécio Morais: 'Esta é a crise terminal do neoliberalismo'

Analisando a crise mundial que derrubou mercados e forçou uma estatização parcial do sistema financeiro na Europa e nos EUA, o economista Lécio Morais, assessor da Liderança do PCdoB, afirmou que esta é a “crise terminal do neoliberalismo”. Morais part

Segundo Lécio “a crise sistêmica grave que atravessamos é apenas o esperado”.
“Desde o fim do padrão ouro na década de 1970 e livre das amarras dos países, o capital especulativo criou uma bolha que depois de estourada, está destruindo capital a afetando violentamente o sistema produtivo, o capital que extrai mais valia. Pode-se entrar num círculo vicioso e depressivo” destacou Morais.


 


Outro aspecto levantado pelo economista foi a reação dos governos europeus à crise.
“Neste  momento, existe o dilema entre manter o capital como organizador da sociedade, ou apostar no Estado como organizador, os governos europeus fizeram sua opção em socorrer o capital de sua crise. Um fator importante é que esta crise contestou o neoliberalismo na sua premissa básica, de que os mercados são mais eficientes e capazes de estabilizar a economia e a sociedade”.
“Esta é a crise terminal do neoliberalismo” completou.


 


 


Para Morais “os EUA e a Europa estatizaram parcialmente seu sistema financeiro para evitar o colapso total do capitalismo, e isso é apenas o começo”.
“Não sabemos o que virá depois desta crise, mas certamente será muito diferente do quadro econômico que temos hoje. O que não quer dizer que sera melhor, com o aumento dos atritos entre estados, pode-se aumentar a beligerância e os conflitos'' destacou.


 


Sobre o Brasil, Lécio Morais foi enfático, “sentiremos os efeitos da crise através da queda nas exportações, no corte de crédito internacional às exportações brasileiras e na queda dos investimentos diretos. Pode se prever que 2009 terá uma forte queda no crescimento e nos investimentos, não há como escapar''.


 


De Brasília
Gustavo Alves