Zé Dirceu: Conservadores e os velhos medos de estatização

Quando a oposição, demagogicamente, já que não tem nem propostas, nem planos e nem interesse em resolver a crise que passamos, propôs que os bancos públicos ou o próprio Banco Central (BC) só concedessem empréstimos às empresas e bancos mediante troca

Pelo contrário, sua proposta foi amplamente divulgada como sendo a “salvação da lavoura”, uma medida de segurança para os recursos públicos envolvidos. Agora que o governo autoriza os bancos públicos a fazê-lo, (a mídia conservadora) além de colocar nos títulos que é estatização, as críticas dizem que é doação. Não é.



É, apenas, troca do controle da empresa, ou de parte, enquanto o empréstimo não é pago. E, reconheçamos, é o mínimo para uma operação dessas não ser uma doação, ou privilégio, pelo poder que os bancos passam a ter, de decidir quem receberá o empréstimo. Privilégio era o cassino sem o menor controle nos Estados Unidos, e o dos derivativos e seus assemelhados no Brasil, cantado em prosa e verso por esses mesmos críticos.


 


Herança de FHC: quebra e privatização



De nada adianta fazer o histórico dos problemas enfrentados pelo BB, CEF, BASA e BNB e a reestruturação dessas instituições no governo FHC, e querer esconder do leitor que o governo Lula recebeu todas essas instituições bancárias em crise.



É ou não é verdade que o Banco da Amazônia (BASA) e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) estavam praticamente falidos, e a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) quase privatizados?



A CEF e sua nova subsidiária, a CEF Investimentos, são empresa auditadas, com conselhos fiscal e de administração. São instituições sob fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Congresso Nacional, que realmente podem e devem ser fiscalizadas tanto com relação a decisão de socorrer as empresas como sobre a prudência das operações.



Além da MP com a autorização para os bancos públicos trocar empréstimos por ações, o governo pode criar um Fundo de Investimentos com participação dos fundos de pensão, e dos bancos públicos e privados (os que não querem emprestar) para fazer a mesma operação.
 


Nosso governo está mostrando que tempo e decisão são tudo na superação dessa crise. Basta ver a diferença com os Estados Unidos, a Grã Bretanha…o nosso fez o dever de casa, o que tinha que fazer. Com essa MP tomou uma decisão correta e acertada.



Fonte: Blog do Dirceu