Mais de 150 mil metalúrgicos podem iniciar greve em SP
O segmento dos metalúrgicos vinculados ao chamado Grupo 10 da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo ( Fiesp) — que reúne entre 150 mil e 180 mil trabalhadores — pode paralisar as atividades a partir desta terça-feira (28). A greve será deflagrad
Publicado 27/10/2008 18:58
Em todo o estado de São Paulo, há cerca de 750 mil trabalhadores no ramo, e a Força tem 54 sindicatos de metalúrgicos. A categoria reivindica reajuste salarial que reponha a inflação dos últimos 12 meses, aumento real, melhoria do piso salarial, jornada de 40 horas semanais, fim da terceirização e do trabalho precário.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, onde a base soma cerca de 60 mil trabalhadores, a maior parte da categoria no estado já fechou acordos, conquistando ganhos reais entre 3% e 3,6%, mais a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Com base na estimativa do Banco Central de uma inflação em outubro em 0,38% ou 0,40%, Torres acredita que o reajuste dos salários possa ficar próximo de 10,3%. Sobre o fato de os empresários do Grupo 10 não terem ainda concordado em estender esse nível de correção, o líder sindical afirmou ter “estranhado” esse comportamento, embora reconheça que a crise financeira internacional possa influenciar as decisões.
“Estou estranhando porque entre os grupos que aceitaram pagar o reajuste estão empresas pequenas. A gente sabe que pode ocorrer efeitos da crise, mas acreditamos que ainda assim pode ser feito um esforço para atender a classe trabalhadora”, disse Torres.
Pela manhã, a assessoria de imprensa da Fiesp informou que não estava prevista nenhuma rodada de negociações. Entre as indústrias sujeitas à paralisação estão os setores de lâmpadas e de iluminação; de proteção e tratamentos de superfícies, estamparia em latas e folhas metálicas.