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Prensa Latina: a teia de aranha eleitoral dos EUA

Com as eleições primárias de Iowa, em janeiro, começou a disputa eleitoral nos Estados Unidos, país onde um candidato pode receber a maioria do voto cidadão e no entanto não ganhar a presidência da nação. Assim ocorreu nas eleições de 2000, quando o en

Ambos os resultados são obra e graça dos paradoxos do sistema de Colégio Eleitoral, uma relíquia constitucional do século 18, ao que parece projetada para que o desenlace na disputa pela Casa Branca seja proveitoso para os interesses do grande capital.



O sistema foi estabelecido no Artigo 2.º, Seção 1.ª da Constituição, e nem por isso deixou de ser tema de fortes controvérsias.



Existem 538 votos eleitorais, divididos entre os 50 estados e o Distrito de Columbia.



O número de votos corresponde com o número de parlamentares que tenha cada território no Congresso federal, tanto no Senado como na Câmara de Representantes.



Cada estado está representado por dois políticos no Senado, no entanto, seus deputados na Câmera dos Representantes são determinados pela quantidade de pessoas que residem na localidade, registradas segundo o censo.



Para ser eleito presidente da União, um candidato precisa ao menos da metade mais um dos votos eleitorais, isto é 270.



Na maioria dos estados aplica-se o conceito de “the winner takes it all” (o vencedor leva tudo), de maneira que o candidato que obtenha a maioria do voto popular em um território ganha a totalidade dos votos eleitorais.



As eleições presidenciais são realizadas a cada quatro anos, e coincidem com a renovação de um terço do Senado e com a totalidade da Câmara de Representantes, que a cada 24 meses submete seus membros a consulta popular.



As eleições gerais realizam-se na terça-feira seguinte à primeira segunda-feira de novembro, no ano da eleição presidencial.



Tal equação significa que se 1° de novembro cair na terça-feira, então nessa data não poderá ser a convocação às urnas e terá que esperar a próxima terça-feira.



O dia da votação não é feriado, ou o chamado “holiday”. Os americanos estão obrigados a cumprir sua jornada de trabalho, e só podem ir votar nesse horário se forem autorizados por seus patrões ou decidirem não ir ao trabalho.



Se nenhum candidato à presidência obtiver a maioria dos votos eleitorais, a Câmara de Representantes deve determinar quem é o ganhador entre os candidatos que tenham obtido mais votos no colégio eleitoral.



Sendo assim, os membros dessa câmara votam por estado e a delegação de cada território deposita um voto.



Se nenhum candidato à vice-presidência obtiver a maioria dos votos, o Senado tem que determinar o ganhador entre os dois que tenham obtido mais votos no colégio eleitoral.



O presidente e o vice-presidente prestam juramento e assumem seus cargos no dia 20 de janeiro, no ano seguinte à data da eleição.



No espetáculo eleitoral dos Estados Unidos, além dos candidatos, há outros grandes atores: os partidos políticos, e em especial, o Republicano e o Democrata, bases do esquema bipartidário que sustenta o denominado “establishment”.



Ambas as organizações realizaram durante seis meses eleições primárias para eleger seus candidatos entre vinte aspirantes, e agora estão imersas na reta final, a só oito dias da votação, na qual os americanos que irão às urnas terão duas chapas para escolher.



Uma delas, a democrata, é integrada por Barack Obama como candidato à presidência, e seu vice-presidente, Joseph Biden; enquanto na chapa republicana aparecem os nomes de John McCain para o Gabinete Oval e Sarah Palin, como vice-presidente.



Resumos das pesquisas gerais publicado pelo site de política Real Clear Politics indicam que Obama vencerá a maioria dos campos de batalha chave destas eleições: Colorado, Ohio, Nevada, Missouri, Carolina do Norte e Virgínia, alguns deles historicamente republicanos.



Os mesmos estudos prevêem que o democrata terá a seu favor entre 280 e 300 votos eleitorais nas eleições, muitos mais que os necessários para ser nomeado Presidente.



Uma pesquisa da empresa Zogby, divulgada neste fim de semana, mostrou que Obama supera em nove pontos percentuais seu rival, segundo a intenção de votos.



A consulta indicou que o senador por Illinois conta com 51% de apoio em nível nacional, enquanto o legislador pelo Arizona tem 42%.



Outra notícia nada boa para McCain é que Obama goza de muito boa saúde financeira, situação que lhe permite encher de espaços publicitários os horários de maior rating das televisoras, dinâmica que os cofres do candidato republicano não estão em condições de assumir.