Trabalhadores rurais recebem moradias no Amazonas
Desabrigada desde junho passado, a agricultora Sebastiana Nascimento, 51, moradora do ramal do Laranjal, no município de Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus) foi a primeira contemplada pelo Programa Casa Popular Rural, do Governo do Estado do Amazon
Publicado 27/10/2008 19:25
Sebastiana perdeu sua casa no dia 22 de junho de 2008. Ela, que mora com o marido, o filho caçula e dois netos, não estava em seu terreno quando um vendaval levou sua casa. ''Eu estava em Manaus com o meu marido que faz tratamento médico. Quando cheguei, encontrei minha casa destruída, no chão. O temporal levou tudo'', contou.
Produtora de laranja, mamão, cebola e limão, dona Sebastiana foi contemplada pela Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) por estar dentro dos requisitos necessários para ter acesso ao programa. Embora Manacapuru não seja contemplado na primeira fase do programa de habitação rural, a agricultora foi selecionada por morar numa vicinal que está sendo recuperada pela Sepror. O município será atendido na segunda fase do programa, prevista para iniciar no ano que vem.
Programa vai estimular permanência no campo
Na primeira etapa do programa habitação rural, mil casas destinadas à moradia de trabalhadores rurais serão construídas, em 17 municípios, como resultado de um convênio entre a Sepror e o Ministério das Cidades. A construção das unidades residenciais tem como objetivo principal valorizar a qualidade de vida de homens e mulheres do campo e evitar o êxodo rural.
Os beneficiados serão os agricultores, pescadores, seringueiros e indígenas com renda bruta mensal de até R$ 1.140, que não sejam proprietários de quaisquer imóveis ou participem de programas de financiamento imobiliário. A prioridade é atender a famílias em condições precárias de moradia ao longo de rios, igarapés e vicinais da região.
As casas – de 44,5 metros quadrados – terão sala, quarto, cozinha, banheiro e varanda. Serão construídas com recursos do Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social (PSH), do Governo Federal, e posteriormente doadas aos trabalhadores previamente cadastrados junto à secretaria nos municípios beneficiários.
Cada cidade receberá entre 30 e 100 casas, de acordo com o tamanho da propriedade e da demanda identificada dos produtores.
Segundo o titular da Sepror, deputado Eron Bezerra, a construção das casas populares é o primeiro passo para a concretização do programa ''Cidades Agrárias'', que tem como objetivo agrupar os trabalhadores e garantir a eles saúde, educação, e lazer de forma coletiva. ''A casa é o passo inicial, mas a intenção é construir um complexo integrado com centros de convivência, agroindústrias e área desportivas e culturais'', diz.
Inicialmente, as casas serão construídas em Anamã, Atalaia do Norte, Barcelos, Barreirinha, Benjamin Constant, Boca do Acre, Carauari, Coari, Eirunepé, Envira, Fonte Boa, Guajará, Manaquiri, Pauini, São Paulo de Olivença, Tefé e Urucurituba.
De Manaus,
Mariane Cruz