São Paulo esquece torcedor de esquerda e doa camisa a Kassab
Reeleito prefeito de São Paulo, o conservador Gilberto Kassab (DEM) ganhou da diretoria do São Paulo Futebol Clube, na última segunda-feira, uma camisa comemorativa alusiva à sua vitória sobre Marta Suplicy (PT). A peça, produzida especialmente para o pre
Publicado 05/11/2008 20:54
Kassab foi homenageado em evento fechado no Estádio do Morumbi e recebeu a camisa das mãos do presidente são-paulino, Juvenal Juvêncio. No blog Futepoca, escrito por torcedores de diversos times, Nicolau Soares foi o primeiro a acionar o alarme: “O São Paulo deu mais uma razão de constrangimento para seu torcedor de orientação político-ideológica mais à esquerda”.
O blogueiro lembra que o superintendente de futebol do clube tricolor, Marco Aurélio Cunha, foi eleito vereador da capital paulistana concorrendo pelo mesmo partido de Kassab. Citando o blog SPFC’s Facts, Nicolau registra: “Marco Aurélio disse em nota que só decidiu ser candidato ‘após conversas e pedidos do Prefeito Kassab, São Paulino, e de trabalho destacável’, nas palavras do dirigente”.
Nicolau não deixa esquecer que a adesão da diretoria são-paulina à direita encontra eco no goleiro Rogério Ceni. Crítico contumaz do governo Lula, Ceni é o mesmo que, em um programa na SporTV, disse achar que o Brasil não sabe viver em regime democracia.
“Voltando um pouco mais no tempo, o ídolo sãopaulino Rogério Ceni, em entrevista ao programa Roda Viva, assumiu seu voto em Geraldo Alckmin (PSDB) em 2006, por avaliar que Lula ‘não conseguiu fazer um grande mandato’”, escreve Nicolau Soares. “Uma das críticas do goleiro foi feita ao Bolsa Família. Segundo ele, o programa ‘é muito legal se for o complemento do salário de um cidadão brasileiro’, mas estaria sendo um incentivo para que a população pobre não procure emprego.”
O blog reproduz um trecho da entrevista: “O que o cidadão quer, [o que] ele deveria querer? Ele deveria querer um emprego e, logicamente pela situação precária econômica que o nosso país tem, isso deveria servir como um complemento salarial (…). Hoje, um emprego é tão difícil de conseguir em cidades do interior, de você conseguir gente para trabalhar, porque a pessoa raciocina assim: ‘Não, mas eu tenho Bolsa Família, Bolsa Escola. Isso me dá cento e tantos reais [gesticulando]. Eu prefiro ficar em casa do que arriscar ter que trabalhar’. Então, assim, eu vejo que seria muito legal tudo isso que é feito, é uma idéia louvável, mas como um complemento salarial. Porque eu vejo isso como um fator determinante para o não-crescimento do nosso país.”
Nicolau vai além: “Ceni é o mesmo que, em entrevista num programa do Jorge Kajuru, se bem lembramos eu e o Anselmo, disse que era muito importante para um presidente da república saber falar inglês, no que foi prontamente detonado pelo Dr. Sócrates, ali presente. Enfim, o pessoal não facilita a vida do sãopaulino esquerdista”.
Da Redação, com informações do Terra e do blog Futepoca