Pela regulamentação da categoria

Após o 5º Congresso dos Metroviários de Pernambuco, ocorrido na semana passada, a categoria sai unida em busca de seus direitos. Os principais pontos discutidos durante o encontro foram o reenquadramento dos salários, a não estadualização da CBTU e a regu

“O sentimento que a gente tem depois de um congresso como esse é o de unidade. A categoria está muito mais envolvida na luta e disposta a brigar pelos seus direitos sem que com isto entremos em choque com o Governo Lula que vem sendo um grande aliado”, definiu o presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco, José Inocêncio.


 


Inocêncio explicou que três pontos ficaram acertados como base de luta para os próximos dois anos: a não estadualização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a regulamentação da categoria e o reenquadramento dos salários. Este último já está sendo trabalhado e é a atividade mais imediata.


 


O presidente do sindicato disse que uma proposta, elaborada pela própria categoria e pela CBTU, já foi lançada ao Governo Federal, mas até agora não obtiveram nenhuma resposta. “Isso já faz mais de 15 dias. Nós exigimos respeito e melhores salários”, comentou. Por isso, uma paralisação nacional de advertência está programada para acontecer durante os dias 2 e 3 de dezembro. “Esta paralisação acontece para mostrar que queremos trabalhar, mas exercendo nossas profissões com salários mais justos. Com vencimentos adequados a cada cargo da categoria”, argumentou.


 


Talvez os dois grandes obstáculos para a criação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) dos metroviários sejam a falta de regulamentação da categoria e a Lei nº 8.693, de 3 de agosto de 1993, que abre brecha para a estadualização da CBTU. “Vínhamos recebendo pouco incentivo financeiro do Governo Federal e se a responsabilidade pela CBTU passar para os estados, os recursos vão diminuir mais ainda”, disse José Inocêncio em recente entrevista.


 


Como os metroviários ainda não têm a sua categoria regulamentada fica difícil chamar a atenção dos poderes públicos para a questão destes profissionais. “Nós somos uma categoria oriunda dos ferroviários, dos metalúrgicos. Mas, não somos reconhecidos como metroviários. Já existe uma lei no congresso para ser votada. O que tornaria oficial a nossa categoria. Por isso, estamos fazendo pressão também junto aos parlamentares para que possamos ser ouvidos”, finalizou Inocêncio.


 


Grande parte da atual diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco é filiada ao PCdoB e membro da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Contudo, o sindicato ainda não é filiado à CTB.


 


Do Recife,
Daniel Vilarouca