Governo se nega de novo a decretar emergência em Vila Velha e prolonga drama das vítimas da chuva

A notícia de que o governo do Estado havia negado novamente a homologação do decreto de situação de emergência em Vila Velha gerou insegurança na população do município, que ainda luta para socorrer as vítimas das fortes chuvas. A atitude do governo está

Nos meios políticos, a análise é de que o governo resolveu politizar a questão para inviabilizar a proposta de Max Filho de se apresentar ao eleitorado, em 2010, com uma proposta alternativa de governo. Além disso, ao usar a Defesa Civil Estadual para negar a situação de emergência sob a alegação de que faltam documentos no pedido, o mostra insensibilidade diante do drama de milhares de pessoas que sofreram diretamente os efeitos da enxurrada.


 


Mais de quatro mil pessoas foram afetadas pelas chuvas que atingiram Vila Velha nos últimos dias. O número de desalojados que se encontram em casas de parentes e amigos, de acordo com dados da Defesa Civil Municipal, chega a 3,6 mil. Outras 431 pessoas estão alojadas em três escolas municipais e uma particular transformadas em abrigos.


 


A Unidade Municipal de Ensino (Umef) Zaluar Dias, em Guaranhus, é o local com maior número de desabrigados, 270; já a Umef João Calmon, em Parque das Gaivotas, tem 118 pessoas; a Aylton de Almeida, em Terra Vermelha, 22; e a escola 3 Irmãos (particular), em Araçás, abriga outras  22 pessoas.


 


Nesta quarta-feira (3), o superintendente de Desenvolvimento Urbano do município, Fernando Grijó, procurou tranqüilizou a população vilavelhense dizendo que todas as obrigações jurídicas e sociais estão sendo cumpridas pela prefeitura.


 


“Não será por falta de documentos que a Defesa Civil Estadual deixará de homologar o decreto de situação de emergência em Vila Velha. E quantos outros documentos forem solicitados também serão entregues”, afirmou o secretário.


 


Ao ser questionado sobre o clima na prefeitura depois da nova negativa do Estado, ele disse que a municipalidade está tranqüila no que tange aos compromissos cumpridos e pelas providências que foram tomadas, mas que o sentimento é de incompreensão com a insensibilidade do governo do Estado diante da situação dos moradores de Vila Velha.


 


Nessa terça-feira (2), o prefeito Max Filho protocolou pedido de liberação do FGTS para reconstrução das casas atingidas pela enchente, mas a medida depende da homologação do decreto de situação de emergência pelo Estado.


 


O prefeito convidou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que estarão em Vitória nesta semana, participando da Frente Nacional de Prefeitos, para visitar as áreas atingidas pela enchente em Vila Velha.


 


A situação de emergência em Vila Velha foi decretada pelo prefeito no dia 24 e publicada no Diário Oficial do Estado no último dia 25. Mas o governo alegou que faltavam documentos para que pudesse homologar o pedido.


 


Mas o que levou o debate para o campo político foi o comentário do vice-governador Ricardo Ferraço, insinuando que a culpa do caos causado pela chuva em Vila Velha era a incompetência da prefeitura e da ocupação desordenada, incentivada pela municipalidade.


 


Nessa terça-feira, antes de viajar para Brasília, o prefeito Max Filho, protocolou um ofício, endereçado ao governador Paulo Hartung, solicitando a homologação do decreto de situação de emergência na cidade. O motivo da negativa, para os meios políticos, é a posição oposicionista do prefeito ao governo do Estado.


 


Renata Oliveira
Fonte: Século Diário.