Gaúchos lançam movimento em defesa do meio ambiente
Ambientalistas, estudantes, pesquisadores, sindicatos de trabalhadores e movimentos sociais lançaram nesta segunda-feira (15) em Porto Alegre (RS), no Plenarinho da Assembléia Legislativa, o Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente (Mogdema). A arti
Publicado 16/12/2008 12:10 | Editado 04/03/2020 17:11
O integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Eduardo Ruppenthal, conta que o desrespeito à legislação ambiental pelo governo do estado, principalmente em relação ao Zoneamento Ambiental da Silvicultura, foi o que motivou a articulação entre as diversas entidades. O estudo, feito por pesquisadores da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) e da Fundação Zoobotânica encontrou forte resistência de empresas, entidades e do próprio governo, já que limitava as áreas para os plantios de pínus e eucalipto em grande escala.
“No início do ano, teve um ápice no que diz respeito à legislação ambiental aqui no RS. E isso certamente veio com a questão da silvicultura. A resposta foi a gente se unir nesse tema. Isso serviu para lutarmos contra outras ataques, tanto no município quanto no estado”, conta
A partir de Abril, a articulação se expandiu e passou a se reunir semanalmente e a realizar atividades conjuntas. Entre elas, estão os quatro seminários sobre políticas públicas para o meio ambiente e a audiência pública, em Julho na Assembléia Legislativa, que debateu a redução da Faixa de Fronteira, perímetro em que está instalada a papeleira sueco-finlandesa Stora Enso. A articulação também esteve entre as principais opositoras ao projeto Pontal do Estaleiro, votado em Novembro pela Câmara de Vereadores da Capital.
Para Ruppenthal, agora que o movimento está formalizado, o desafio é fazer com que consiga mais adesões, principalmente no interior. Para isso, estuda-se criar núcleos em outras cidades.
“Acho que o maior desafio é ampliar, é massificar o movimento, para que possa ser incluído em diversos setores. Levar ele para o interior”, diz.
No lançamento do Mogdema, ambientalistas históricos do Rio Grande do Sul foram homenageados, como Augusto Carneiro, que juntamente com José Lutzenberger fundou a AGAPAN, Caio Lustosa, Flávio Lewgoy e Hilda Zimmermann, uma das precursoras na luta pelos direitos indígenas. Irmão Antonio Cecchin, também um dos homenageados, trabalha há 30 anos com reciclagem de lixo e ajudando na organização de catadores na Capital e nas ilhas. No entanto, apesar de passadas três décadas, ainda há muito o que fazer.
“Quando eu comecei, ficou na minha cabeça uma famosa frase do Lutzenberger que dizia: 'Um só catador faz mais pelo meio ambiente do que o próprio ministro do Meio Ambiente. O Lutzenberger me deu uma ajuda muito forte para esse trabalho. Nas ilhas, fizemos o primeiro coletivo no ano de 1978 e, a partir daí, estendemos para todo o Rio Grande essas unidades de reciclagem. Nos falta ainda unir todas essas unidades para um grande movimento porque não vamos despoluir os mananciais de água se não reciclamos o lixo”, diz.
As reuniões do Mogdema são abertas e ocorrem todas as terças-feiras, às 17h, no Semapi Sindicato, em Porto Alegre. Mais informações sobre o Mogdema podem ser obtidas no blog http://mogdema.blogspot.com/
FONTE: Agência Chasque