Cúpulas cobram compromisso dos presidentes da América Latina
Salvador despontou, nestes dias de meados de dezembro, como a capital dos povos do sul e do sindicalismo latino-americano e caribenho. Uma série de cúpulas e encontros testou a capacidade de mobilização e unidade dos movimentos organizados, dos partidos d
Publicado 16/12/2008 12:40
Na noite de 12 de dezembro, um ato cultural marcou a abertura da Cúpula dos Povos do Sul, que se estendeu até esta segunda-feira (15), com outras atividades culturais. Em meio a isso, a programação política se dividiu em plenárias, painéis e grupos temáticos, realizados no Centro de Convenções da Bahia.
No dia 14, a plenária final dessa cúpula aprovou uma resolução com sete propostas alternativas aos povos do sul e uma convocação: “Chamamos aos povos da América Latina e do Caribe à mobilização, para avançar na integração regional e na preservação das conquistas e da democracia, construindo alternativas de mudanças sociais, que nos permitam uma sociedade mais justa, equitativa e soberana”.
Quase simultaneamente, atividades temáticas ocorriam na Cúpula Social. Esse encontro teve dois marcos pelos quais há de ser lembrado: 1) o lançamento de uma cartilha em comemoração aos dez anos da Declaração Sócio Laboral; e 2) um diálogo entre a presidência Pró Tempore Brasileira do Mercosul com os movimentos sociais.
Tanto na primeira como na segunda cúpula, a pauta dos trabalhadores e do sindicalismo esteve presente. Mas esse segmento se concentrou com mais força em eventos específicos. Primeiro, nos dias 13 e 14, organizou o Encontro da Coordenadora de Centrais Sindicais do Cone Sul. Nos dois dias seguintes, realizou em parceria o Encontro Sindical Latino Americano e Caribenho e a 7ª Cúpula Sindical do Mercosul.
Tendo como principais temas a “América Latina Unida” e as possibilidades de integração durante a crise, os sindicalistas deliberaram a Carta de Salvador. “A classe trabalhadora não pagará pela crise e não aceitaremos retrocessos. Não aceitamos a redução dos salários, não aceitamos a redução dos direitos e a perda dos empregos”, expressava o texto, que também reivindicava a “garantia de direitos sociais e políticas públicas para o conjunto dos trabalhadores e da sociedade da América Latina e do Caribe”.
De Salvador ao Sauípe
Os documentos aprovados em cada um desses encontros serão encaminhados aos 33 chefes de Estado do continente, que estão agora na Costa do Sauípe, para a 1ª Calc (Cúpula de Presidentes da América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento). Feito inédito e histórico, a reunião presidencial é a primeira do continente sem a participação de qualquer uma de suas antigas metrópoles – Estados Unidos, Portugal, Espanha, etc. Presidentes do Mercosul e da Unasul também agendaram reuniões no Sauípe.
Em Salvador, renovou-se o voto de confiança nos presidentes que assumem o compromisso da integração, conforme sustenta a carta dos sindicalistas. “O movimento sindical de América Latina e Caribe saúda com entusiasmo a realização das reuniões de presidentes (…),tendo claro que mais que nunca é fundamental a união e integração de nossos países, para impedir que nossa região seja penalizada por uma crise gerada e provocada pela administração Bush e que rapidamente tomou uma dimensão global”.
De Salvador,
André Cintra