Hugo Hoyama: “Não vou me aposentar ainda”

Nove ouros em Pans e cinco Olimpíadas, o paulista Hugo Hoyama disputou em Fortaleza a última etapa do Brasileiro de Tênis de Mesa. No 39º Campeonato Brasileiro de Tênis de Mesa, Hoyama, sagrou-se heptacampeão. Durante sua passagem em Fortaleza, Hoyama, fa

Já estão surgindo novos talentos no tênis de mesa?


 


Com certeza! O tênis de mesa no Brasil já tem novos talentos, como Danilo Toma, que futuramente darão muita alegrias.


 


Com a participação na última etapa do Brasileiro e Copa das Américas, você fecha a temporada?


 


Ainda não. Nos dias 27 e 28/12 tenho mais uma competição, a seletiva para o Campeonato Latino Americano de 2009. São torneios que acontecem numa época complicada, fim de ano. Mas a gente vai se preparando.


 


E os negativos. Algo fez você se desgostar?


 


Às vezes, Têm alguns dias que você vem trabalhar e diz: Eu não devia ter me metido nisso. O problema aqui é muito difícil. Porque você tem dois pontos principais: administrar paixões e equiparar os desiguais.


 


Você já tem mais de 30 anos de carreira, já se vê aposentado do tênis de mesa?


 


Não. Eu ainda tenho o objetivo de jogar o próximo Pan-Americano e a próxima Olimpíada também, em 2012, em Londres. Estou até fazendo uma dieta para voltar ao meu peso ideal.


 


Para o Hugo Hoyama, foi justa a escolha de Maurren Maggi e César Cielo como os melhores atletas do ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro?


 


Acredito que sim. Foram dois atletas excepcionais durante o ano todo e na Olimpíada de Pequim. E que eles sirvam de exemplo para outros atletas, principalmente a Maurren, que teve que superar muitos problemas. O Cielo, que pouca gente acreditava nele na Olimpíada e ele conquistou a primeira medalha de ouro olímpica da natação do Brasil.


 


A pressão de disputar uma Olimpíada pesa, já que o Jadel Gregório, que tinha chance de medalha, falhou em Pequim?


 


A pressão de competir numa Olimpíada pesa bastante. E escutar uma palavra como fracasso, amarela, amarelou é triste. O brasileiro, quando vê que o atleta é favorito, pensa que ele tem que ganhar. Mas existem outros competidores que estão até bem mais preparados e melhores na disputa de uma final olímpica. Mas o povo tem que dar força e incentivo para a próxima competição.


 


Como você coloca hoje o tênis de mesa brasileiro no ranking internacional?


 


É complicado pensar nesses termos, pois a gente fica um pouco longe do polo internacional. Apesar de a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa ter hoje uma casa na França onde vários atletas vão lá praticar. E é por isso que novos valores estão surgindo nesse esporte no País. Mas individualmente eu e o Thiago Monteiro temos obtido bons resultados. Em Pequim venci o 10º do ranking mundial e o Thiago ganhou do oitavo. Então, isso é importante, a gente precisa das vitórias sobre os ranqueados para estimular atletas mais jovens.


 


Você apontaria já um sucessor do Hugo Hoyama na Seleção Brasileira?


 


É difícil falar, porque ainda estou na ativa e pretendo jogar pelo menos mais três ou quatro anos. Mas hoje eu apontaria o cearense Thiago Monteiro, que já está na Seleção Brasileira há um bom tempo, já participou de duas Olimpíadas e é o brasileiro melhor ranqueado no mundo.


 


Nove medalhas em Pans e chegar à sexta Olimpíada seriam duas marcas significativas no fim da carreira de Hugo Hoyama?


 


Eu não estou pensando em participar da Olimpíada de Londres apenas para ser recordista e nem disputar mais um Pan para aumentar o recorde de medalhas. Estou pensando e treinando para ir lá e jogar o meu melhor, foi assim desde o início da minha carreira, com o intuito de dar alegria à torcida brasileira.