Programa da Secretaria de Saúde do Estado reduz 94% da fila de cirurgia

Em abril de 2008, eram mais de mais de 22 mil pessoas à espera de uma cirurgia eletiva em todo o Ceará. Secretaria da Saúde aponta que, com o programa Vida Nova, foram feitas cerca de 21 mil destas operações até hoje

A dor intensa e repentina acusava haver algo errado. Vieram as muletas e não demorou muito para que ficar deitado, por todo o dia, em casa, na cidade de Juazeiro do Norte, fosse o melhor remédio contra a agonia que aumentava a cada instante. O drama do confeiteiro José Ivo Ferreira dos Santos, 29, teve início há seis meses. A impaciência parecia não ter fim até que, no último domingo, ele se submeteu a uma operação para fazer uma descompressão do fêmur. Agora, em fase de pós-operatório no Hospital Geral de Fortaleza (HGJ), as dores já são menores que a esperança de voltar a trabalhar e caminhar normalmente. O programa Vida Nova, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), lançado em junho de 2008, dá novo ânimo aos cearenses que, há meses ou até mesmo anos, contavam os minutos à espera de uma cirurgia eletiva.


 


A fila de cirurgias eletivas em abril de 2008 no Ceará, conforme a Sesa, contabilizava 22.360 pacientes. E era necessário reduzir a angústia de quem aguardava pelo procedimento. O programa Nova Vida permitiu a assinatura de convênios entre o Governo do Estado e a rede suplementar – hospitais filantrópicos e privados – e ampliou a capacidade operacional das unidades estaduais. Segundo o secretário da Saúde, João Ananias, até agora foram feitas cerca de 21 mil das 22.360 cirurgias referentes à demanda inicial do Vida Nova, ou seja, 94% dos casos em espera foram atendidos. A pasta não tem dados sobre a demanda atual – considerando os pacientes surgidos após o lançamento do programa – já que o levantamento, conforme João Ananias, em cada um dos 184 municípios, é feito semestralmente.


 


O primeiro convênio do programa foi assinado, em 20 de junho, com o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). De acordo com João Ananias, hoje há 40 unidades hospitalares envolvidas no Vida Nova na Capital e no Interior. Segundo ele, foram empregados R$ 1,7 milhão do Estado no início do programa e, mensalmente, mais R$ 1,8 milhão do Sistema Único de Saúde (SUS).


 


“Se uma pessoa tem uma pedra na vesícula, pode aguardar um pouco. Mas ela pode desenvolver um quadro inflamatório”, exemplifica João Ananias. De acordo com o secretário, a alta demanda do sistema público de saúde para os setores de emergência e urgência faz com que as cirurgias eletivas fiquem financeiramente prejudicadas. “Mas não é justo que a pessoa fique esperando indefinidamente”, completa. Ele admite ser impossível zerar o número de pacientes, mas explica que o Vida Nova pretende, pelo menos, acelerar o andamento da fila – evitando também o surgimento de casos de demora extrema. O programa tem convênios de seis meses e, conforme ainda o secretário João Ananias, é de caráter permanente.


 


E-MAIS


 


> De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), no lançamento do programa Vida Nova, a fila de espera relativa ao Hospital Geral de Fortaleza (HGJ) era de quatro mil pessoas.


 


> Conforme ainda a Sesa, a maior parte dos pacientes aguarda atendimentos de otorrinolaringologia e ortopedia.


 


> Durante o lançamento do programa, em solenidade no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), o governador Cid Gomes (PSB) destacou que um dos pontos positivos do Vida Nova era o benefício ao Interior, já que todas as unidades sob a gerência do Estado estão na Capital.


 


> João Ananias explica que não é possível calcular o tempo de espera dos pacientes porque a demanda inicial do ano ainda é desconhecida e a espera varia de acordo com o procedimento.