Programação de férias: Cultura e lazer no Centro de Fortaleza

É alta estação e férias escolares na cidade. Fortaleza não sossega o facho quando o assunto é lazer em janeiro. Desde as baladas noturnas aos programas culturais diários, a cidade oferece opções para agradar a turistas e ao público cearense. Teatro, música, artes plásticas, quadrinhos, oficinas, fanzines. O Centro da cidade entra nesse circuito de atividades e traz uma programação diversificada e extensa.

O Centro de Fortaleza não respira só comércio. As instituições e os equipamentos culturais que vêm pipocando nos últimos anos no bairro ganham uma programação toda especial para o primeiro mês do ano de 2009. Para aquecer as turbinas, o festival Rock Cordel, que chega a sua terceira edição, ocupará o Centro Cultural Banco do Nordeste a partir do dia 14 de janeiro até o final do mês, trazendo mais de 100 bandas do gênero. O festival, que ao longo do ano traz em média três apresentações por mês, conquistou vários fãs que aguardam a sucessão de shows do mês de janeiro. Leandro Macambira, 23 anos, é um deles. Mora no Acaracuzinho, em Maracanaú, estuda e trabalha no Centro. Nas horas vagas, escolhe matar o tempo nos espaços do Centro Cultural ou mesmo do Theatro José de Alencar. Em setembro, assistiu a um show do Rock Cordel e aguarda o festival. “Entre meu curso e o trabalho venho usar a biblioteca virtual, ler. A gente tem o computador uma hora a disposição, de graça, é ótimo. Ainda tem a programação musical”, disse satisfeito e ainda emendou. “Se é de ficar pegando sol na Praça do Ferreira, aqui tem muito mais coisa para fazer”.

Mesmo para a turma que não está de férias, a programação permite uma espiadinha nos horários alternativos que são oferecidos como os filmes exibidos na última terça-feira. Cristiano Câmara aproveitou que estava com uma manhã livre, mesmo na correria do curso de Serviço Social, e foi assistir ao Xica da Silva. Já a estudante de Jornalismo Jéssika Thaís Lopes tirou o horário do almoço para ver o curta metragem Luiz de Fortaleza. Ela também aguarda o festival Rock Cordel, mas reclama que será somente na segunda quinzena e que a programação de janeiro deveria ser mais dinâmica no começo do mês. De acordo com Carolina Teixeira, coordenadora de artes cênicas e atividades infantis do CCBN, “o mês de janeiro é muito oportuno para atividades culturais. É um dos meses mais cheios do CCBN. Escolhemos nossa programação toda em função do Rock Cordel. O festival é o destaque do mês.”

Aproximando-se do Beco da Poeira e da rua 24 de Maio, encontra-se o Theatro José de Alencar, que também reserva grandes apresentações para o mês. Enfocando o teatro cearense, serão cinco espetáculos de grupos locais em dias e espaços diferentes do Theatro. Serão Dias de Setembro, Encantrago – Ver de Rosa Um Ser Tão, Uma Flor de Dama, En Passant e Da paixão sobre borboletas – Uma história desconstruída. Às sextas-feiras, o samba vai troar com o grupo Academia. Encerrando a temporada, dia 30, com o chorinho de Zé Menezes e convidados. Para a diretora do TJA, Izabel Gurgel, as férias de janeiro em Fortaleza ganham com a programação artístico-cultural dos equipamentos culturais e instituições do centro da cidade. “Talvez resida aí a principal tarefa das casas culturais no Centro hoje: fazer vibrar para o público as outras potências de vida no Centro”.

Dentro do circuito nacional, o espetáculo Mercadorias e Futuros, com interpretação de Lirinha, vocalista do grupo Cordel do Fogo Encantado, mostra sua faceta teatral tão conjugada com a música. A peça possui co-direção da atriz Leandra Leal. Enveredando pelos caminhos da música clássica, trazendo pitadas de Bossa Nova, Francis Hime, parceiro de Chico Buarque e Vinícius de Morais, tocará junto à Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho.

Chegando ao começo da rua Major Facundo, lá está o prédio de arquitetura antiga, todo restaurado, trazendo trabalhos inéditos de quadrinhos numa exposição que reúne 42 artistas do mundo todo. A Monstra Comix ocupa os três andares do Sobrado José Lourenço com autores brasileiros e estrangeiros, oriundos da França, México, Finlândia, Argentina, Portugal e outros países.

EMAIS

– Em 2008, uma média de 430 mil pessoas visitaram o Centro Cultural Banco do Nordeste.

– Atualmente, existem 30 equipamentos e instituições culturais no centro da cidade. A área levada em consideração está situada entre as avenidas Dom Manoel, do Imperador e Duque de Caxias. Se esticarmos os limites, incluímos o Sesc do Mercado São Sebastião, a casa de artes e ofício Thomas Pompeu na av. Francisco Sá (próximo Liceu do Ceará), o número chega a 33. Confira lista no conteúdo extra.

– Dentro das atividades desenvolvidas em torno da Monstra Comix, está previsto para o final do mês, o relançamento do fanzine do cearense já falecido Marcus Francisco, da década de 70.

– Os três encontros Viva o Centro reuniram representantes dos equipamentos culturais do Centro para discutir as atividades.