Fidel ataca Obama por não devolver Guantánamo
O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, criticou nesta quinta-feira o presidente norte-americano, Barack Obama, em um de seus artigos, acusando-o de ser conivente com “o genocídio contra os palestinos” e “abusivo” por não devolver a base de Guantánamo à
Publicado 30/01/2009 16:15
Após a posse, Obama teria colocado como obstáculos para a devolução do território o comprometimento ou não da capacidade de defesa do país. O chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, afirmou na última quarta-feira que a decisão de Obama de fechar o centro de detenção é “um passo positivo, porém insuficiente”, pois Cuba exige que seja devolvido o território “ocupado contra nossa vontade por mais de um século”.
A base militar de Guantánamo, construída a 15 quilômetros da cidade de mesmo nome, é arrendada pelos Estados Unidos desde 1903, quando foi cedida pelo governo cubano após a colaboração norte-americana na guerra de independência contra a Espanha.
Confira abaixo a íntegra do texto:
Decifrando o pensamento do novo presidente dos Estados Unidos
Não é tão difícil. Depois de sua posse, Barack Obama declarou que a devolução do território ocupado pela Base Naval de Guantánamo a seu legítimo dono deveria levar em conta, inicialmente, se isso afetava ou não a capacidade defensiva dos Estados Unidos.
Acrescentou ainda que deveria considerar sob quais concessões a parte cubana aceitaria essa solução, o que equivale à exigência de uma mudança em seu sistema política, um preço contra o qual Cuba luto durante meio século.
Manter uma base militar em Cuba contra a vontade de nossa povo viola os mais elementares princípios do direito internacional. É uma faculdade do presidente dos Estados Unidos acatar essa norma sem condição alguma. Não respeitá-la constitui um ato de soberania e um abuso de seu imenso poder contra um pequeno país.
Se deseja-se compreender melhor o caráter abusivo do poder do império deve-se tomar em conta as declarações publicadas no site oficial do governo dos EUA, em 22 de janeiro, depois do início do mandato de Obama. Joe Biden e o novo presidente decidem apoiar resolutamente a relação entre seu país e Israel, e consideram que o compromisso com o Oriente Médio deve se basear na segurança de Israel, o principal aliado norte-americano na região.
Os EUA nunca se distanciarão de Israel e seu presidente e vice-presidente “crêem no direito de Israel de proteger seus cidadãos”, assegura a declaração de princípios, que retoma nesses pontos a política seguida pelo governo do predecessor de Obama, George W. Bush.
É o modo de compartilhar o genocídio contra os palestinos em que caiu nosso amigo Obama. Atrativos similares são oferecidos pela Rússia, China, Europa, América Latina e o resto do mundo, depois que os EUA converteram Israel em uma importante potência nuclear que absorve a cada ano uma parte significativa das exportações da próspera indústria militar do império, por meio do qual ameaça, com extrema violência, a população de todos os países de fé muçulmana.
Exemplos parecidos abundam, não é necessário ser adivinho. Para tanto é melhor ler, a feito de maior riqueza de detalhes, as declarações do novo chefe do Pentágono, expert em assuntos bélicos.
Fidel Castro Ruz
29 de janeiro de 2009.