Sindicatos da indústria naval querem encontro com Sérgio Cabral
Em reunião com lideranças sindicais da indústria naval, o deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB/RJ) recebeu a tarefa de promover um encontro entre os trabalhadores do setor e o governador Sérgio Cabral. Em pauta, a necessidade de um maior engajamento
Publicado 30/01/2009 19:13 | Editado 04/03/2020 17:05
A despeito da ocupação atual dos estaleiros fluminenses, os trabalhadores temem uma provável onda de demissões por conta da instalação de mais estaleiros em outros estados e das consequências da crise econômica mundial.
“Está havendo um nítido encolhimento em todo o setor. Dois grandes estaleiros já se encontram parados: o Caneco, fechado, e Sermetal, cujos guindastes, quebrados, fazem triste vista para quem passa pela Ponte Rio-Niterói. Outra coisa que preocupa é o fato de a Petrobrás ter transferido a obra de quatro navios para a Bahia, Espírito Santo e Pernambuco, e suspender a construção da plataforma P-62, além de cancelar a da P-63 para abrir concorrência internacional”, avisa o parlamentar, preocupado com a situação.
A apreensão entre os trabalhadores ficou evidente na reunião mantida pelo deputado com treze líderes de centrais sindicais e de sindicatos de trabalhadores navais do Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Niterói e São Gonçalo, no dia 23 de janeiro, na Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói (RJ).
“Não adianta haver obras em quantidade atualmente na maioria dos estaleiros se não houver outras previstas e acertadas para manter os trabalhadores em atividade. Quem trabalha no dia-a-dia do setor sabe disso. Encomendas estão sendo canceladas ou levadas do Rio de Janeiro para estaleiros de fora, e o governo estadual e a iniciativa privada pouco fazem”, queixou-se o presidente da federação, Francisco Dal Prá, informando que duas reuniões com Sérgio Cabral, agendadas para os dias 6 e 15 de janeiro, foram desmarcadas pelo Palácio Guanabara.
Edmilson Valentim comprometeu-se com os trabalhadores a viabilizar o encontro com o governador, ausente no exterior, e que só voltará após participar do Fórum Econômico Mundial, a ser realizado de 28 a 1º de fevereiro, em Davos, na Suíça. Ele pretende sensibilizar Sérgio Cabral e fazer com que participe de um movimento de reação e fortalecimento da indústria naval fluminense.
“O governo do estado precisa viabilizar incentivos e os industriais do setor têm que usar de maior criatividade para evitar males piores. Não podemos esquecer que, no geral, a construção de um navio-petroleiro de médio porte representa a manutenção de 1.100 a 1.500 postos de trabalho e que cerca de 4.000 profissionais se envolvem na construção de uma plataforma de petróleo”, declarou o parlamentar, lembrando que “a garantia do emprego representa a tranquilidade de milhares de famílias”.