Quatro ex-prisioneiros das Farc já estão em liberdade
Ricardo Montenegro, porta-voz da porta-voz da senadora colombiana Piedad Córdoba, disse à agência France Presse na tarde deste domingo (1º) que a operação de libertação de prisioneiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) . ''Eles estão n
Publicado 01/02/2009 17:11
Os reféns libertados são o soldado do Exército William Giovanny Domínguez Castro, sequestrado em 20 de janeiro de 2007, e os policiais Walter José Lozano Guarnizo, Alexis Torres Zapata e Juan Fernando Galícia Uribe, membros de uma unidade antisequestro e que estavam em poder da guerrilha desde 9 de junho daquele ano. A versão eletrônica do diário colombiano El Espectador disse que todos estão em bom estado de saúde.
Espera-se que entre segunda e quarta-feira a guerrilha entregue mais dois detentos à mesma comissão humanitária, coordenada por Piedad Córdoba: o ex-governador do departamento de Meta Alan Jara e o deputado departamental de del Valle Sigifredo López.
Colombianos pela Paz
Piedad, senadora do Partido Liberal, negra e crítica implacável do presidente Álvaro Uribe, lidera o grupo Colombianos pela Paz, que busca um acordo humanitário entre o governo e a guerrilha. A articulação adiantou que espera obter a libertação de mais prisioneiros, graças ao ''avanço que o movimento vai produzindo''.
Os dois helicópteros do Exército brasileiro, desarmados e com o símbolo da Cruz Vermelha, partiram nesta manhã do aeroporto de Florencia, em Caquetá, no sul do país, para o local combinado para o resgate. As coordenadas do encontro haviam sido fornecidas na sexta-feira à equipe de resgate.
Os quatro reféns foram recebidos pela senadora, três representantes da Cruz Vermelha, os jornalistas Daniel Samper Pizano e Jorge Enrique Botero e a defensora dos direitos humanos Olga Amparo Sánchez – como testemunhas -, além dos cinco tripulantes brasileiros. O comboio aéreo dirigiu-se em seguida para a cidade de Villavicenzio, ao sul de Bogotá.
O governo do presidente colombiano Álvaro Uribe aceitou suspender, por 36 horas, as operações de guerra antiguerrilha no departamento onde ocorreu a libertação. O próprio Uribe, porém, guardou distância da operação: enquanto a missão humanitária resgatava os prisioneiros, ele estava em turnê pela Europa, primeiro no Fórum de Davos e a seguir na Alemanha.
Gestos unilaterais
Esta é a terceira grande libertação de reféns promovida unilateralmente pela guerrilha, e a primeira desde fevereiro de 2008. Em janeiro do ano passado, a ex-candidata a vice-presidência da Colômbia, Clara Rojas, e a ex-deputada Consuelo Gonzáles foram libertadas em uma longa negociação intermediada pelo presidente venezuelano, Hugo Chavez. Em seguida Uribe cancelou a permissão para Chávez mediar os resgates. Mesmo assim, as Farc libertaram em fevereiro mais quatro cativos.
Em 2 de julho, a ex-candidata a presidência da Colômbia Ingrid Betancourt foi libertada em uma ação unilateral do exército colombiano, assim como mais 14 reféns, três deles americanos.
O processo de libertação em curso foi anunciado pelas Farc em 21 de dezembro passado, como gesto unilateral.
Da redação, com agências