Líder do PT sai em defesa de corregedor da Câmara
O líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), saiu em defesa nesta quinta-feira (5) do novo corregedor da Casa, deputado Edmar Moreira (DEM-MG). O deputado do DEM é acusado de ocultar em suas declarações de renda um castelo avaliado em mai
Publicado 05/02/2009 19:41
Em entrevista nesta quinta-feira, o deputado afirmou que o castelo em São João do Nepomuceno (MG) está registrado no nome de um de seus filhos, por isso não teria sido declarado. Disse também já ter enviado ao Supremo sua defesa comprovando o pagamento de dívidas com INSS.
Denúncias
Para Vaccareza, ainda não existem “denúncias” contra Moreira. Para ele, a questão do imóvel não pode ser considerada “grave”, assim como a dívida com a Previdência Social. “Muitas empresas tem dívidas com o INSS e agora com a crise mais ainda vão ter”.
O petista defendeu também a discussão da tese levantada pelo corregedor de que os parlamentares não deveriam julgar os colegas. Vaccarezza afirmou que existem debates semelhantes em outras organizações, como conselhos regionais de medicina. “Não acho que seja uma tese desprezível”.
Corregedor
O corregedor diz não ver motivo para deixar a função. “Estou sendo condenado porque tribunal?”, questionou. Ele considerou como “justo” um eventual processo para investigá-lo na Casa, mas disse não desejar que isto aconteça.
Ele voltou a defender sua posição de que a Câmara não pode julgar colegas por quebra de decoro. Segundo ele, caberia à Casa apenas dar a admissibilidade de processos e encaminhá-los à Justiça. “Não temos a fórmula ainda. O que precisamos é evitar que, amanhã, por exemplo, um colega tenha mandato cassado e depois, quando isso for à justiça, ele seja absolvido. Então, o erro é irreparável e absolutamente irreversível”.
2010
O deputado estadual Leonardo Moreira (DEM-MG), filho de Edmar, confirmou que que pertence a ele- e não a seu pai, o castelo alvo de polêmica. “Não vejo por que querem derrubá-lo, eu não vejo esse sentimento, porque é o filho dele que tem o castelo, não ele. Nenhum de nós éramos detentores de cargos públicos quando começou a construção. O meu irmão é o meu sócio”, explicou em entrevista ao estadao.com.br.
Para Leonardo, seu pai “contrariou interesses” ao decidir se candidatar. “Ele não teve o apoio oficial do partido, que queria Vic Pires, alinhado com interesses de São Paulo. Definitivamente, o pano de fundo de tudo isso é a sucessão de 2010. Serra é um grande candidato, mas incomodou Edmar ser mineiro e colocar sua candidatura avulsa”.
O deputado estadual falou da escolha do PSDB para o candidato à sucessão do presidente Lula, em 2010. Ainda não há convergência de um nome, mas a disputa deve ficar entre o paulista José Serra e o mineiro Aécio Neves. “Serra é grande homem público, mas torço para o nosso governador, Aécio Neves, se eleger candidato. A Mesa tem sete postos, com três mineiros no poder. É latente que Edmar contrariou interesses.”
O castelo ocupa 192 hectares, com 36 suítes com hidromassagens e torres de até oito andares, segundo propaganda colocada em site próprio na internet. A construção começou em 1983 e foi finalizada em 1990. “(A obra) Foi paga com o dinheiro da época em que meu pai era da área de segurança privada que ele tem há anos, mas ele se desligou do ramo em 2006, 2007 não sei te dizer ao certo o mês”.
O objetivo do castelo é, nas palavras de Leonardo, “alavancar o turismo na região”. “Decidimos optar por este modelo de obra para ver se atraíamos mais gente (para a região). Só que a gente contava que a infraestrutura, rodovias, iriam melhorar com o tempo e não acompanhou a obra. Só foi melhorar agora, com Aécio Neves. Com isso, nosso projeto ficou adormecido”.
Atualmente, a propriedade está desativada intermanente. “Só a parte de fora que ficou pronta, a piscina construída e os lagos, que já estavam lá”, disse Leonardo.
Da redação,
com agências