Cubanos visitam PCdoB e defendem maior unidade contra crise
Depois de participarem do Fórum Social Mundial, Ernesto Freire Cazañas, chefe do departamento de Relações Internacionais da Central dos Trabalhadores de Cuba, e Ramón Cardona, secretário da Federação Sindical Mundial e seu representante para a América Lat
Publicado 05/02/2009 20:31
Os dois dirigentes sindicais, ambos cubanos, foram recebidos nesta quinta-feira (5) pelo presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e pelo secretário sindical, João Batista Lemos. “Os companheiros reconhecem nos comunistas o esforço que tem sido feito pelo partido como um todo no sentido de fortalecer a organização mundial dos trabalhadores”, disse Lemos.
Dentro destes esforços, Lemos destaca a parceria entre a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Federação Sindical Mundial (FSM) – à qual é filiada – no Fórum Social Mundial de Belém quando, pela primeira vez, a FSM participou efetivamente dos debates e estandes. “É fundamental que, diante da crise do sistema capitalista, consigamos construir essa unidade de classe com a FSM para assim dar respostas em nível mundial. Por isso, foi definido recentemente, no Fórum de Lisboa, que o próximo 1º de abril será o Dia Internacional de Luta em Defesa dos Direitos dos Trabalhadores contra a Exploração”.
Reciprocidade
Ao falar das relações entre o Partido Comunista de Cuba, PCdoB e CTC, Ernesto Cazañas ressaltou que a reciprocidade entre as organizações deve-se fundamentalmente ao “caráter de classe de nossa luta”. “Cotidianamente, o PCdoB joga papel importante na CTB e teve uma presença ativa no Fórum Social Mundial. Além disso, é um partido que atua intensamente na formação ideológica dos trabalhadores e trabalhadoras e que desenvolveu uma vinculação muito estreita com os trabalhadores brasileiros, assim como o PC de Cuba e os cubanos”, disse Cazañas.
No ano de celebração dos 50 anos da Revolução Cubana, Cazañas disse que a revolução é cotidiana. “Nenhuma obra humana é perfeita, mas temos convicção de que fazemos essa revolução com muito amor. E o Partido Comunista do Brasil sempre foi solidário com a nossa luta contra ao imperialismo norteamericano e pelo sucesso da revolução cubana”.
Para Cazañas, a resposta para a crise atual “está na integração dos povos e dos governos e no desenvolvimento de políticas sociais capazes de enfrentar essa crise que não é apenas financeira, mas sistêmica. É a crise do modelo neoliberal que sempre pregou a anulação do Estado como elemento controlador e fiscalizador dos processos econômicos dos países”. E enfatizou: “o movimento sindical cubano é solidário aos movimentos sindicais de todo o mundo na busca por alternativas de enfrentamento à crise em prol dos trabalhadores, na luta por redução de jornada sem redução salarial e apoia uma coalizão entre as centrais na defesa dos direitos dos trabalhadores”.
Seguindo a mesma linha, Ramón Cardona defendeu a união “pregada por Bolívar e Martí contra a agressão do capital”. Ele lembrou que a unidade sindical se fortaleceu especialmente após a Primeira Guerra Mundial. “Essa unidade internacional permitiu a criação da Organização Internacional do Trabalho, ferramenta fundamental no trabalho do movimento sindical internacional”, exemplificou. Para Cardona, tal vitória “demonstrou para o mundo inteiro o que pode proporcionar a unidade dos trabalhadores, especialmente em momento de crise, quando são atacados muitos dos direitos, quebrando uma série de conquistas obtidas pelos trabalhadores”.
De São Paulo,
Priscila Lobregatte