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Facções palestinas se reconciliam no Cairo

Uma dúzia de facções palestinas, entre elas os “irmãos inimigos” da Al Fatá e do Hamas, iniciou nesta quinta-feira (26) um novo processo de diálogo e lançou um plano de reconciliação em torno de tema que os unifiquem, após dezoito meses de ruptura entr

Os participantes decidiram formar cinco comissões, responsáveis por questões como a formação do gabinete, a organização de eleições presidenciais e legislativas e o estabelecimento dos serviços de segurança.



“Estamos com pressa”



Um principais responsáveis da Al Fatá, Azzam al-Ahmed, considerou possível o anúncio de um eventual governo de união antes do final de março. “Sim, é possível. (…) Estamos com pressa, e a primeira etapa é o governo. Tudo está ligado com o governo”, disse ele.



De acordo com o comunicado final emitido após a reunião, as comissões começarão seu trabalho em 10 de março e o concluirão antes do final do mês. Um diplomata árabe disse na quarta-feira, citando os mediadores egípcios do entendimento, que existe a esperança de um acordo a tempo de ser ratificado pela cúpula árabe no final de março, no Catar.



Os Estados Unidos e os governos europeus esperam que os palestinos formem um governo composto por tecnocratas apartidários. Isso que evitaria ter de decidir como de lidar com o Hamas, que eles consideram como um movimento terrorista.



Porém vários participantes, entre eles o negociador Fatah Ahmed Korei, se recusaram a descartar um governo com representantes das diferentes organizações. “Isso poderia ser um governo de grupos, de especialistas, ou um governo de tecnocratas”, disse ele, acrescentando que o tipo de governo dependeria do comitê responsável por esta questão.



Israel é o pomo da discórdia



A Faixa de Gaza é controlada pelo Hamas desde junho de 2007. A Cisjordânia é administrada por Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, dominada pelo Fatá.



A reunião quinta-feira foi precedida por alguns dias de discussões entre Fatá e Hamas, que prometeram a liberação dos respectivos presos políticos.



Mas ambos os grupos continuam a discordar em relação a Israel. O Hamas reserva-se o direito de resistência armada, embora se declare disposto a respeitar uma trégua de 18 meses. Al Fatá renunciou à violência e deposita suas esperanças nas negociações desde os acordos de Oslo de 1993, contestados pela islamistas.



Um participante relatou um desacordo sobre as próximas eleições: vários grupos pretendem fixar uma data específica para elas, em janeiro de 2010, de modo que o presidente Mahmoud Abbas permaneça no poder, sem ser eclipsado por rivais durante o máximo de tempo possível.



De acordo com o comunicado final, as eleições serão em janeiro de 2010, mas a porta fica aberta para eleições antecipadas. “Isso pode ocorrer em quatro meses ou seis meses”, disse Samir Ghouche, secretário geral da Frente para a Libertação da Palestina (FLP). “Temos evitado as questões sobre as quais poderemos estar em desacordo”, agregou.



Abdel-Rahim Mallouh, número dois da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), advertiu contra a ilusão de se chegar a soluções rápidas. “Deve ficar claro que nós estamos no início do caminho, disse ele. O diabo está nos detalhes, como se costuma dizer.”



* Fonte: http://www.aloufok.net; intertítulos do Vermelho