Irã promete ajuda “sem limite” ao Iraque
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ofereceu nesta sexta-feira (27) ajuda “sem limite” ao Iraque. O enfático compromisso foi feito durante visita oficial do presidente iraquiano, Jalal Talabani, a Teerã. A visita de três dias, que começou na quint
Publicado 28/02/2009 14:11
“A ajuda do Irã para acelerar o progresso do Iraque não tem limite. Irã está pronto para oferecer ao Iraque suas experiências em cada campo possível”, disse Ahmadinejad, citado pela televisão estatal iraniana. O presidente não deu detalhes sobre o tipo de ajuda que ofereceria, mas o país já falou anteriormente em auxiliar no desenvolvimento na agricultura, economia, transporte e energia.
Aproximação mal vista pelos EUA
Talabani encabeça uma importante delegação governamental. A agência estatal Irna noticiou que o chefe de Estado árabe será recebido também pelo líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, assim como pelo presidente do Majlis ou Parlamento, Ali Larijani, entre outras autoridades do país vizinho.
Esta é a segunda visita oficial de Talabani a Teerã em dois anos. Embora o governo de Bagdá tenha sido instalado sob os auspícios dos ocupantes americanos, logo se formou no país ocupado uma maioria política que não esconde sua identidade com o regime antiimperialista iraniano – ambos são islâmicos da confissão xiita.
A aproximação entre os dois grandes países do Golfo Pérsico é mal vista pelos Estados Unidos. Estes acusam o regime islâmico iraniano e fornecer armas e treinamento aos militantes da resistência xiita iraquiana contra a ocupação americana. Teerã nega as acusações e argumenta que foi a ocupação americana que causou problemas de segurança no Iraque.
No passado uma guerra sangrenta
O reforçamento de laços entre Irã e Iraque contrasta com a guerra que ensanguentou os dois países nos anos 80. Na época, os EUA, assim como a Arábia Saudita, não viram impedimento em financiar o líder iraquiano Saddam Hussein (mais tarde derrubado, enforcado e satanizado pelos ocupantes americanos). Aos olhos de Washington, o importante era conter o ímpeto antiimperialista despertado pela Revolução Iraniana de 1979.
Os dois países, ambos grandes exportadores de petróleo, se confrontaram militarmente entre 1980 e 1988, a pretexto de uma velha reivindicação iraquiana sobre pequenas ilhas no Estreito de Ormuz. A guerra custou 600 mil mortos iranianos e 400 mil iraquianos. Concluiu-se com os dois países, consideravelmente enfraquecidos, aceitando a permanência da fronteira na mesma linha existente antes do conflito.
Hoje, com os xiitas majoritários nos dois países ocupando posições políticas também dominantes, Saddam Hussein é responsabilizado pela guerra de 1980-1988 e forma-se uma aliança tendo em vista a era pós-ocupação americana. Esta tem data marcada para terminar, desde o pronunciamento do presidente Obama nesta sexta-feira (27): dezembro de 2011.
Da redação, com agências