A defesa da busca dos corpos no Araguaia repercute no Ceará

As declarações do Secretário Nacional de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, publicadas no editorial do jornal O POVO desta terça-feira (03), destacando a defesa de uma ''megaoperação em busca das ossadas do Araguaia'', repercutiu entre personalidades inter

Em pronunciamento na Assembleia Legislativa, o Deputado Estadual Lula Morais chamou atenção para a construção da usina hidroelétrica Santa Isabel, que irá inundar uma área de 24 mil hectares de terras às margens do rio Araguaia, exatamente a região onde atuou a guerrilha comunista e tornará impossível encontrar os restos mortais dos 58 guerrilheiros do Araguaia, entre eles quatro cearenses, desaparecidos há mais de três décadas, possivelmente executados pelas Forças Armadas.


 


Messias Pontes, presidente do Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa do Ceará, a memória da Guerrilha do Araguaia é uma dívida que o país tem para com todos os brasileiros. “O Presidente Lula já deveria ter exigido a abertura dos arquivos das Forças Armadas. Será que parte importante da história do Brasil vai ser afogada com construção dessa usina hidrelétrica?”, questiona. Para o jornalista, resgatar essa memória é questão de justiça não só para as famílias que ainda esperam por notícias de seus parentes desaparecidos. “A consciência democrática brasileira exige e espera uma resposta”, defende.


 


Segundo Mario Albuquerque, presidente da Comissão Especial de Anistia Wanda Sidou (Governo do Estado) e da Associação 64/68 Anistia, o Brasil está atrasado em relação aos outros países da América Latina que já realizaram ações efetivas sobre a guerrilha. “Antes tarde do que nunca. O país está sendo cobrado por instituições como a OEA e a ONU para a justiça se faça efetivamente”. Mário destaca que a Guerrilha do Araguaia, além da dimensão histórica, traz também um viés político. Segundo ele, o Brasil não irá consolidar seu Estado Democrático de Direito enquanto não se encerrar esta questão. Ele diz ainda que “engana-se quem pensa que este assunto é apenas um resgate histórico. A impunidade que ainda vemos de torturadores daquela época repercute na violência que impera atualmente no país. Existe a necessidade urgente de que todos nós  sinalizemos que não concordamos com a violência que hoje se tornou banalizada no nosso país”, alerta.


 


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De Fortaleza,


Carolina Campos