Requião e Rabelo querem manutenção do emprego contra crise
Durante encontro com o governador Roberto Requião na última sexta-feira (13), o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, destacou que o governador tem tomado medidas justas que, se todos os governadores tomassem, poderiam contribuir para se enfrentar melhor a
Publicado 18/03/2009 20:17
À Agência Estadual de Notícias do Paraná, Rabelo afirmou que a defesa dos postos de trabalho – marcada no Paraná pela valorização do salário mínimo regional, redução de impostos, política fiscal de isenção às pequenas empresas e de investimentos públicos como indutores do desenvolvimento – é uma questão essencial principalmente em tempos de crise. “Essa é a linha que o governador Requião vem tomando. É uma medida corajosa”. Afinal, questionou, “como se vai consumir e, ao mesmo tempo, alimentar o desenvolvimento se você perde salário e emprego?”.
Sobre a queda de 1,5% nos juros da taxa Selic, determinada semana passada pelo Conselho Monetário Nacional, Renato Rabelo destacou que se trata, ainda, de um sinal fraco para o enfrentamento da crise econômica. Para o comunista, os juros já deviam ter caído há tempos, desde a fase inicial da crise em setembro de 2008. “Há um atraso muito grande e a medida tomada agora ainda é um sinal fraco, débil. O grande desafio não é a preocupação com inflação. A grande questão é o desenvolvimento do país, é o risco da recessão. Por isso que a questão da diminuição dos juros é fundamental”.
Entre as medidas propostas pelo presidente do PCdoB para impactar a crise está o fortalecimento da economia nacional através dos investimentos públicos, a estatização do crédito com juros baixos nos bancos públicos e a defesa do emprego. “A medida mais importante numa hora como essa é a defesa da economia nacional e para isso é preciso investimento público maior e ter crédito em maior abundância. Esse é o grande desafio. E para isso, uma das medidas é estatizar o crédito. É uma medida fundamental porque o país passa e ter um controle maior da situação, oferecendo crédito num ritmo mais amplo para a sociedade”.
Outra iniciativa importante, conforme Rabelo, é a defesa do emprego, aspecto que o governo federal precisa levar em conta. Para ele, é necessário “conseguir que o desenvolvimento da economia não seja desacelerado e que se mantenha o emprego fazendo acordo, inclusive, com os empresários” de maneira que os créditos para iniciativa privada estejam atrelados à garantia dos postos de trabalho.
Segundo o dirigente, os créditos com juros baixos devem ser oferecidos pela rede bancária pública: BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. “Esse pólo bancário público tem de dar o exemplo baixando o spread e, às vezes, acontece o contrário. O próprio banco público tem um spread alto e, às vezes, tem até banco privado com spread menor”.
Convergindo com Rabelo na análise da crise, o governador Roberto Requião reafirmou a concordância com a necessidade de se diminuir os juros e aumentar os investimentos públicos. “Essa também é a minha preocupação. É a preocupação com os trabalhadores, com as classes populares, desligadas do grande capital. A posição do governo do Paraná coincide com o PCdoB nesta questão: estamos ao lado do povo, ao lado dos trabalhadores”.
“Achamos as empresas muito importantes na geração de serviços e no processo de desenvolvimento, mas isso não pode ser feito à custa da miséria da maioria da população. O mais importante é o povo brasileiro”, enfatizou Requião. E finalizou: “nenhum empresário será recebido pelo governo do Paraná para discutir a crise sem a presença dos trabalhadores. O governo pode até ceder com flexibilização na arrecadação de impostos para setores em crise, mas cobrará a contrapartida da manutenção dos empregos”.
Da redação, com Agência Estadual de Notícias do Paraná
Foto: Ronildo Pimentel (AEN)