Bancos dos EUA têm rombo de US$ 3 tri e ativos de US$ 1 tri
Sem estatizar o sistema financeiro norte-americano, o Programa de Investimento Público-Privado, do governo Barack Obama, está fadado ao fracasso, por um motivo simples: os bancos têm um buraco da ordem de US$ 3 trilhões, mas seus ativos totalizam apena
Publicado 27/03/2009 12:51
“Significa que estão literalmente quebrados”, avaliou o economista Sérgio Barroso, doutorando em Economia pela Unicamp, em debate promovido pelo Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (Corecon-RJ), acrescentando ter ficado “perplexo” com a inconsistência do programa, que não prevê a estatização de bancos, nem temporariamente.
Segundo ele, a idéia do plano é o Estado financiar a empresa privada para que compre ativos tóxicos. “Isso fará a dívida pública crescer mais ainda. Sem estatização nem o problema dos bancos que quebraram será resolvido, nem os bancos que estão à beira da insolvência terão como escapar”, afirmou.
Guerra
Barroso afirmou ainda que não se pode traçar automaticamente um paralelo entre a crise de 1929 e a atual. “A crise de hoje é a da riqueza fictícia, prevista por Marx. Além disso, na década de 1930, cerca de 11 mil bancos quebraram, mas nenhum tinha a expressão de um CityBank ou do Leman Brothers”, comparou.
O economista não descarta a hipótese de uma saída da crise através da guerra. Segundo ele, o conflito armado foi mais importante para superar a Grande Depressão do que as políticas keynesianas. “A situação aponta para o conflito, já que os EUA não têm mais capacidade para controlar todo o sistema. A tendência é para o conflito e o surgimento de uma nova ordem, multipolar”, frisou, acrescentando que o padrão da racionalidade dos mercados não se sustenta mais por causa da crise de confiança generalizada, destacou.
A informação é do Monitor Mercantil