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Corte no Orçamento trava o país em plena crise

Embora tímida, a redução da taxa básica de juros (Selic) permitiu ao governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) desobedecer a um dos principais dogmas da política econômica. Em fevereiro, o governo central teve seu primeiro

Se afrouxou o garrote da economia por um lado, ao mesmo tempo o governo Lula elevou o corte no Orçamento de R$ 21 bilhões para R$ 25 bilhões, travando o país em plena crise. Pesquisa do diretor de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), João Sicsú, demonstra que o déficit de fevereiro não compromete o resultado nominal das contas públicas (inclui a despesa com juros), atualmente pouco abaixo de 2% do PIB.


 


Segundo a pesquisa, a redução de 1,5 ponto da Selic — decidida na última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) — libera R$ 7 bilhões ao ano para gastos não-financeiros. “Se o Copom mantiver esse ritmo, ao final do ano, teremos economizado R$ 30 bilhões. Se houvesse corte drástico, levando a Selic para menos de 6%, a economia seria de R$ 45 bilhões”, contabiliza Sicsú.


 


Subsídios e repasse


 


No entanto, para o economista Dércio Garcia Munhoz, da Universidade de Brasília (UnB), o superávit primário “na verdade nunca existiu”. Munhoz lembra que, em 2007, R$ 40 bilhões, dos R$ 60 bilhões acumulados para o superávit primário saíram do Tesouro “para cobrir rombos do Banco Central (BC)”:


 


Ele calcula que naquele ano havia R$ 73 bilhões do Tesouro em poder do BC, entre subsídios e repasses, que antes da crise da dívida, nos anos 80, eram depositadas na conta movimento, no Banco do Brasil. “Isso é mais que os R$ 68 bilhões que o PAC dispunha para aquele ano”, disse, acrescentando que, em 2008, apenas no primeiro semestre, o BC foi beneficiado com R$ 66 bilhões desses recursos.


 


A informação é do Monitor Mercantil