Protógenes: operação Castelo de Areia tem mais coisas a revelar
O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz afirmou nesta quarta-feira (1), em entrevista coletiva a jornalistas na Câmara, que a Operação Castelo de Areia, que investigou a construtora Camargo Corrêa, esconde “algo maior.'' A empresa nega irregulari
Publicado 01/04/2009 16:49
Protógenes dirigiu a Operação Satiagraha, e acabou indiciado por supostas falhas na investigação. Ele trabalhou junto com o juiz Fausto de Sanctis, que participa também da Castelo de Areia.
“Tem alguma coisa obscura pela postura com que as notícias estão sendo veiculadas. Acho que se esconde algo maior dentro desta nova investigação”, afirmou Protógenes.
O depoimento do delegado à CPI dos Grampos estava marcado para esta quarta, mas foi adiado para o dia 8 de abril. Nesta manhã, o STF concedeu habeas corpus a Protógenes, autorizando-o a ficar calado na comissão e impedindo sua prisão durante a sessão.
Ele afirmou que, na Satiagraha, algumas coisas só foram reveladas em momento posterior e que algumas nem foram reveladas. O delegado acredita que o procedimento será o mesmo na Castelo de Areia.
Protógenes destacou que as informações da Castelo de Areia foram levadas a público pela PF logo após a deflagração. Ele afirmou que “nenhum colega fracionou dados ou repassou informações de maneira obscura.''
Sem viés político
Nesta terça-feira (31), a procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn, do Ministério Público Federal (MPF), divulgou nota contestando as críticas que a entidade e a Polícia Federal vêm recebendo dos investigados na Operação Castelo de Areia. As críticas partem, sobretudo, dos partidos políticos atingidos pela investigação. Segundo a procuradora do MPF, a operação tem sido ''pautada pelo Direito''.
A procuradora da República lamenta ainda a decisão do TRF-3, que resultou na libertação dos investigados que haviam sido presos na Castelo de Areia e criticou notícia veiculada pela imprensa com comentários atribuídos a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso.
''A deflagração da Operação Castelo de Areia pela Polícia Federal, com ampla participação e respaldo por parte do Ministério Público Federal, manifestado nos contundentes, mas imprescindíveis pedidos de prisões e buscas cautelares, se constituiu numa ação responsável, pautada pelo direito'', afirma, em nota, a procuradora, que rebate também os questionamentos sobre a busca efetivada no departamento jurídico da Camargo Corrêa.
Quem também tratou de despartidarizar a operação foi o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa. Ele negou nesta terça-feira que a Operação Castelo de Areia tenha beneficiado legendas da base governista nas investigações sobre o suposto repasse irregular de recursos da Camargo Corrêa para partidos políticos.
Ele disse que o juiz Fausto de Sanctis deve explicar o vazamento de informações sobre doações feitas pela Camargo Corrêa a partidos de oposição –uma vez que tornou público trecho da sua decisão judicial que autorizou a operação.
Tarso explicará operação
Corrêa e o ministro da Justiça, Tarso Genro, irão à Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado para falar sobre os detalhes da Operação Castelo de Areia.
Diante da irritação dos partidos de oposição por causa da operação, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) decidiu apresentar os dois requerimentos de convite como uma tentativa de se antecipar a um possível requerimento de convocação que seria apresentado pelo PSDB.
Ontem, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), fez duras críticas à PF e ao governo e chegou a afirmar que iria apresentar um requerimento de convocação no Plenário do Senado para que o ministro e o diretor fossem à Casa prestar esclarecimentos. Com a aprovação do requerimento de convite, a avaliação dos senadores é de que uma convocação acabaria perdendo o impacto.
Da redação,
com agências