Leões do Norte fazem malhação de Arcebispo de PE como Judas
O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, virou Judas em malhação promovida pelo Movimento Leõs do Norte, ONG gay de Recife. O protesto aconteceu na última sexta-feira (3), no bairro de Boa Vista do Recife. O boneco que simbolizou o arceb
Publicado 09/04/2009 19:47
O ato começou às 19h30 com uma fala do presidente do grupo Leões do Norte, Wellington Medeiros, que criticou o que chamou de “interferência do arcebispo em questões de Estado”. “Dom José representa perigo para a sociedade. Foi imprudente porque colocou a vida de uma menina de 9 anos em risco. Para ele, o estupro não tem importância”, declarou. Cerca de 200 pessoas participaram do protesto.
A Arquidiocese de Olinda e Recife informou que dom José Cardoso não se pronunciaria sobre o protesto. Há três anos o Leões do Norte transformou a Malhação do Judas em ato de protesto contra aqueles que, segundo o movimento, desrespeitam os direitos dos homossexuais e os direitos humanos. Além da malhação, a manifestação contou ainda com a distribuição de folders.
Casal Nardoni e políticos: outros Judas
Além do arcebispo, muitos políticos nacionais e internacionais serão a atração da malhação do Judas pelo país. Na capital paulista, bonecos de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pais da Isabela Nardoni, também serão malhados.
Em Fortaleza, um dos bonecos mais procurados pela população é o do ex-presidente dos EUA, George Bush. “As pessoas nunca o esquecerão, por ser alguém que traiu pessoas amadas pelo povo”, disse o comerciante cearense Jean Carlos. Além de Bush, Osama Bin Laden e o ditador Adolf Hitler figuram entre os preferidos para a malhação em Fortaleza.
Já os bonecos do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e do prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (DEM), são os mais procurados neste feriado pela grande São Paulo. Também o presidente Lula terá o seu boneco malhado em algumas cidades do interior paulista.
Malhação do Judas
Malhação de Judas, ou Queima de Judas, é uma tradição vigente em diversas comunidades católicas e ortodoxas e foi introduzida na América Latina pelos espanhóis e portugueses. É também realizada em diversos outros países sempre no Sábado de Aleluia, simbolizando a morte de Judas Iscariotes.
A tradição consiste em surrar um boneco do tamanho de um homem, forrado de serragem, trapos e jornal, pelas ruas de um bairro e atear fogo, normalmente ao meio dia. Cada país realiza a tradição de um modo, alguns queimam os boneco em frente a cemitérios ou perto de igrejas.
No Brasil é comum enfeitar o boneco com máscaras ou placas com o nome de políticos, técnicos de futebol ou mesmo personalidades não tão bem aceitas pelo povo. Algumas cidades fazem da Malhação de Judas uma atração turística, movimentando o comércio e a economia local.