Organização estuda próximas ações para viabilizar Congresso

Tanto no âmbito nacional como estadual e municipal, é hora, segundo ele, “de animar dirigentes, quadros e militantes para participar dos debates e desde já preparar o processo congressual”.

Conjuntura

Segundo o dirigente, o momento atual exigirá dedicação ainda maior dos comunistas no que diz respeito ao conteúdo dos debates. “É preciso que haja sensibilidade para que compreendamos as peculiaridades da atual conjuntura”, marcada, conforme explicou, “por visões muito fragmentadas, resultantes do momento de transição por que passa o país. Por um lado, há um bom ambiente democrático cujo maior desafio é dar continuidade ao governo popular e progressista de Lula. Por outro, há setores conservadores que, de maneira competente, através da mídia e de seus representantes nas instituições brasileiras, estimulam um moralismo farisaico contra a política”. 

Diante disso, ganha projeção o evento do partido, quando será discutido, entre outros pontos, um novo Programa Socialista, que orientará as ações dos comunistas e poderá oferecer bases para a própria esquerda brasileira. Por isso, torna-se prioridade neste momento trabalhar pela organização do evento, que entre delegados e convidados internacionais deverá reunir cerca de 1.300 pessoas. Os delegados serão escolhidos em conferências municipais e estaduais que têm como objetivo mobilizar todos os 230 mil filiados ao PCdoB pelo Brasil.

Organização

Entre as prioridades para o momento estão a preparação da infra-estrutura tanto do Anhembi – onde será o evento – quanto hoteleira, a comunicação e principalmente a logomarca e identidade visual do evento, pautados pela palavra de ordem – a ser definida em breve pelo Comitê Central – que norteará as atividades.

Para otimizar o trabalho, foram criados quatro grupos: de infra-estrutura, de credenciamento, de segurança e de informática, serviços gerais e saúde. Centralizando os preparativos está a Comissão de Organização do Congresso, coordenada por Ronald Freitas e composta por Altamiro Borges (Comunicação), Vital Nolasco (Finanças) e André Bezerra (Secretaria de Organização), entre outros do corpo executivo. Na reunião desta terça, participaram ainda Julia Rolland (presidente do Comitê Municipal de São Paulo), Julio Filgueiras (membro do Comitê Estadual) e Renata Mielli (secretária-adjunta de comunicação). “Os próximos passos da Comissão consistem em apresentar um planejamento estratégico integrado, dentro do conceito de fazermos um congresso único, com ampla flexibilidade na execução do planejado”.

Para que o evento torne-se um marco na história dos comunistas brasileiros, estuda-se a possibilidade de implantar uma gestão mista do congresso, que una o trabalho profissional e o militante. Além disso, serão contratadas empresas prestadoras de serviços para os chamados “serviços de prateleiras”, que envolvem aspectos do funcionamento do evento, como limpeza, segurança, recepção, alimentação, tecnologia etc.

“Queremos um congresso sério e organizado, mas também confortável e tranqüilo, que garanta aos delegados a possibilidade de debater, de se empenhar pela formulação do futuro do partido, mas que não seja árido, sisudo”, explica Freitas. Por isso, também haverá lazer e cultura em atos que terão como foco integrar os comunistas de todo o Brasil que muitas vezes só podem se reencontrar a cada quatro anos, quando se realiza o evento. 

Uma das dificuldades de se equacionar neste momento é a necessidade de se investir num mega-evento com as limitações financeiras típicas de um partido ainda de porte pequeno. “Um conceito fundamental com o qual trabalhamos é o de realizar um congresso com o máximo de profissionalismo, dentro de nossas capacidades financeiras. Até o final de maio, quando haverá a próxima reunião, essa logística será resolvida”, garante o dirigente.

De acordo com o secretário, “é possível aperfeiçoar o planejamento do congresso, materializando o que ainda não foi encaminhado. Estamos  confiantes que com o empenho e engajamento de todo o partido realizaremos um grande congresso, avançado politicamente, entusiástico – em função da garra militante dos delegados –, democrático e organizado”.

De São Paulo,
Priscila Lobregatte