Pesquisa mostra avanço religioso na assistência a jovens internados

Uma pesquisa da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro mostra o avanço da assistência religiosa aos jovens em conflito com a lei internados e semi-internados no sistema socioeducativo. A pesquisa visa dar detalhes das ações de mais de 300 agentes religi

Os dados que constam desse relatório parcial exibem a surpreendente realidade do atendimento. A Igreja Universal do Reino de Deus tem presença em 19 das 24 unidades pesquisadas, o que representa 26,4% sobre o total de atividades no sistema socioeducativo, e 79,2% sobre o total de unidades.



A Igreja Católica vem logo atrás, com atuação em 13 unidades, 18,1% do total de atividades e 50% do número de unidades. Em terceiro, o Grupo Espírita Irmão Demétrius operando em quatro unidades, com 5,6% do total de atividades e 16,7% sobre o total de unidades pesquisadas.



O relatório mostra, ainda, que foram identificadas 72 atividades religiosas, realizadas por 34 instituições nas 24 unidades pesquisadas, sendo sete de internação e 17 de semiliberdade.



No quesito instituições religiosas por unidade, o que chama atenção – destaca o relatório – é a situação do CAI-Baixada, seguido do Educandário Santo Expedito (ESE), com seis grupos religiosos; o Educandário com cinco; e o Criam Penha, com quatro. O Centro de Triagem e Recepção (CTR), o Instituto Padre Severino e os Criams Bangu, Cabo Frio, Campos, Ilha do Governador, Macaé, Nova Iguaçu, Ricardo de Albuquerque, Santa Cruz e Teresópolis têm a atuação de apenas três grupos religiosos.



Protestantes saem na frente



A pesquisa mostra uma participação maior das igrejas evangélicas, que são conhecidas pelo trabalho com a população mais carente, principalmente entre os presos. Atualmente, vários pastores realizam cultos dentro das delegacias e presídios. Em 14 unidades, o que representa 63% dos casos, as igrejas protestantes/evangélicas foram as pioneiras. Já a Igreja Católica teve esse mesmo pioneirismo em apenas cinco delas, ou seja, 22% dos casos.



No que diz respeito ao número de assistentes religiosos atuando no sistema, foram contabilizados 336 agentes. O levantamento mostra que em seis unidades as atividades contam com mais de 20 assistentes religiosos, sendo que, em uma delas, o quantitativo chega a 64 religiosos. A média, no entanto, é de 15 assistentes atuando por unidade.



O Centro de Atendimento Integrado Belford Roxo, ou CAI-Baixada, como é mais conhecido, é a unidade do sistema Novo Degase que concentra o maior número de instituições no atendimento religioso aos jovens. São oito instituições, enquanto a maioria das unidades do sistema tem em média três. Há ainda as que não têm atendimento religioso, como é o caso dos Criams de Volta Redonda e Barra Mansa, no Sul do estado.