Internauta se diz 'intimidado' por Juca Kfouri e registra BO

No e-mail, Kfouri é acusado de usar sua influência para indicar, em 2007, o escritor Conrado Giacomini a um cargo na EMTU da Região Metropolitana de Campinas (RMC). À época, João Paulo de Jesus Lopes, então vice-presidente do São Paulo, ocupava o cargo de secretário adjunto da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo.

De acordo com o e-mail de Castiglirieri, Conrado Giacomini — autor do livro São Paulo — Dentre os Grandes És o Primeiro, da Ediouro, com “orelha” escrita por Kfouri, — “não tem formação nenhuma na área de transportes”.  Além disso, Giacomini teria sido indicado ao cargo para angariar fundos de forma indireta para o lançamento de seu segundo livro, também sobre o time de futebol da capital paulista.

“Era o que ele precisava para dar sequência no seu próximo livro, ou seja, um patrocínio de 6 meses, com salários de R$ 6.000,00 (seis mil reais) num total de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) às custas do contribuinte paulista”, escreveu Castiglirieri.

O pedido de retratação

Ao tomar conhecimento no texto publicado no site de Milton Neves, Kfouri pediu que Castiglieri retratasse as informações divulgadas. Ao Portal Imprensa, Kfouri mostrou a gravação do primeiro contato entre ele e Castiglieri (feito no mesmo dia da publicação do e-mail), em que pedia que as informações equivocadas fossem corrigidas imediatamente no mesmo local publicado: “Eu vou corrigir isso. Foi besteira, uma bobagem”, disse o internauta.

Em e-mail apresentado por Kfouri à reportagem, Castiglieri reitera o pedido de desculpas e explica o motivo pelo qual foi levado a apontar a suposta irregularidade na contratação de Conrado Giacomini. “Caro Juca, na verdade a besteira que fiz foi movida por um sentimento profundo de indignação e revolta pelo que fizeram comigo”. A frase se refere à sua demissão, após seis anos de serviços prestado à EMTU.

No entanto, segundo informou Castiglieri, Kfouri não se “contentou” com a retratação publicada no site de Milton Neves e pediu que uma nova fosse feita atendendo outras exigências. Castiglieri afirma que registrou o BO contra Kfouri por sentir-se intimidado pelo fato do jornalista descobrir informações sigilosas sobre sua vida, como endereço de sua residência, bem como os número de seus telefones residencial e celular.

“Ele me deixou uma mensagem dizendo que tinha deixado recado na portaria do meu prédio e falou todo o endereço. Isso me assustou”. Quando à dúvida do internauta de como Kfouri teria tido acesso a seus dados, tais como endereço e número de telefone, o jornalista explica que o site da Telefónica, que administra a maior parte da telefonia fixa do estado de São Paulo, mantém em seu site um banco de dados com as informações do assinantes. “Qualquer pessoa que tenha número de telefone da Telefonica tem seu nome e dados disponibilizados no site”, disse.

“Por que enviar a denúncia a Milton Neves?”

Castiglieri declarou que, no próprio ano de 2007, enviou e-mail com o mesmo conteúdo a Kfouri, que não teria sido respondido. “Estou esperando a resposta até hoje”. Marco Anronio relatou, ainda, que enviou e-mails para pessoas ligadas ao futebol na intenção de reunir contatos de jogadores, dirigentes e jornalistas esportivos para ajudá-lo na composição de um livro de relatos sobre acontecimentos do mundo do futebol.

Segundo ele, a escolha por Milton Neves foi aleatória. “Como ele (Neves) tem contato com muita gente da imprensa, achei que poderia levar o caso à apuração”. Por fim, disse que em nenhum momento tinha intenção de atacar Kfouri — mas, sim, apenas relatar um caso a que teve acesso. “Achei que naum daria em nada; não foi premeditado”.

Da Redação, com informações do Portal Imprensa