Fim dos muros: Governo do Rio e moradores fazem acordo

A forte reação dos moradores das favelas e movimentos sociais contra a construção de muros nas comunidades surtiu efeito. No final do dia 19, o governador do Rio recebeu representantes das associações de moradores e chegaram a um acordo: sai o muro, entra

O projeto de construção dos muros causou polêmica na cidade. Diversas entidades e associações de moradores se reuniram para barrar a proposta e apresentar alternativas.



Em abril, a Associação de Moradores da Rocinha realizou um plebiscito sobre a proposta. Em duas urnas, 1.111 pessoas votaram contra a proposta do governo do estado, 50 a favor e seis decidiram anular. No mesmo mês, mas de 50 comunidades repudiaram a construção de muros nas favelas.



O projeto original do Governo do Estado pretendia erguer 11 quilômetros de paredes em pelo menos 10 favelas da cidade. Porém, com o acordo de desta terça (19) os muros serão construídos apenas em áreas de risco de desabamento. Em outros lugares serão erguidas muretas de 70 centímetros, chamadas de eco limites.



Outro ponto acordado é que, agora, as obras serão acompanhadas por uma comissão de moradores. Para o presidente da Associação de Moradores da Rocinha e membro da direção do PCdoB/Rio, Antônio Ferreira de Melo (Xaolin), classificou o acordo como positivo para os moradores e uma vitória dos movimentos populares. “Nesta conversa chegamos ao entendimento, cada lado apresentando suas propostas e definindo o que será feito”, comemora Xaolin, que fará parte da comissão de acompanhamento do novo projeto.



Segundo Xaolin, o governador prometeu ainda a construção de áreas de lazer, um parque ecológico, o remanejamento de pessoas em área de risco e a criação de uma guarda florestal prioritária, formada por jovens das comunidades com idade entre 16 e 24 anos.