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Nivaldo Santana: o 10º Concut e o 'grande líder' sindical

De 3 a 8 de agosto, a CUT realizará o seu 10º Congresso Nacional. Em sua página na internet, foram disponibilizadas as teses que orientarão os debates. Fiz uma leitura breve de boa parte desse material, para compreender melhor as ideias da maior centra

A novidade é que a palavra “socialismo” e a expressão “luta de classe” (no singular) voltam a frequentar os textos cutistas. Falam na defesa do desenvolvimento com emprego, geração de renda e defesa dos direitos da classe trabalhadora, tudo apoiado no tripé inclusão social, participação popular e valorização do trabalho.


 


No balanço do último período, dizem que se esforçaram e lamentam o “divisionismo e o partidarismo” de segmentos que se desfiliaram da CUT. Afirmam que, apesar disso, continuam a crescer e a liderar as mobilizações.


 


Sentiram o golpe da desfiliação da Contag, mas dizem que não foi uma vitória da CTB (único momento em que citam essa central), já que a confederação permanecerá independente.


 


Definem um plano de lutas, alteram os estatutos, apoiam a política internacional e não fazem uma única autocrítica. Já a corrente “O Trabalho” diz que a CUT não pode fazer alianças com seus inimigos. Inimigos? Sim, para eles a CTB e outras centrais são inimigas.


 


Resumo da ópera: com a saída da Conlutas, Intersindical e CTB, pela ordem cronológica, o núcleo duro da CUT faz um discurso mais classista, mais socialista, mais mobilizador, para acalmar a tropa e manter as rédeas do processo. É preciso conferir a distância entre as intenções e os gestos.


 


Grande líder!


 


João Guilherme Vargas Netto, assessor da Força Sindical e colunista do Vermelho, em seu último artigo no portal fala da importância dos congressos da CUT-SP, dos metalúrgicos da Força Sindical e do congresso nacional dessa central.


 


Para ele, os destaques são as formulações e articulações da Força e o papel do presidente da central, Paulinho da Força. Para ele, talvez o grande líder sindical brasileiro, fiador da unidade do sindicalismo brasileiro.


 


Como a CTB também realiza congressos no próximo período, estou louco para ver uma opinião desse renomado consultor sindical a respeito da nossa querida Central. Seremos honrados com tanto?


 


* Nivaldo Santana é vice-presidente da CTB ( Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)