PCdoB/CE se prepara para a Conferência de Comunicação

Ao longo da reunião diversas intervenções destacaram a importância da CONFECOM e o seu significado para a luta pela democratização da comunicação no país. Para o sociólogo e jornalista Luiz Carlos Antero, assessor do senador Inácio Arruda(PCdoB) “o governo Lula é uma conquista do povo e das forças progressistas, mas é vacilantes em muitas questões e, no geral reforça os esquemas da grande mídia”, porém, acrescentou, “a conferência será uma grande oportunidade para se travar um debate mais profundo sobre a comunicação no Brasil e por isso deve ser abraçada pela forças progressistas”. Já o dirigente do PCdoB de Chorozinho, Cleubo Santos, que também é radialista, aposta numa maior intervenção do partido na área de comunicação e defende que haja também um reforço no trabalho do interior do estado.

Para o assessor da vereadora Eliana Gomes (PCdoB),  Aguinaldo Aguiar, que considera a comunicação no Brasil uma aberração, “a sociedade brasileira precisa de mais democracia, por isto é preciso provocar, nos diversos segmentos sociais, o debate sobre a comunicação”. Aguinaldo defende que haja uma maior ação na frente institucional e que Fortaleza deve dar um exemplo realizando uma grande conferência de comunicação. Já o jornalista Messias Pontes, presidente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa do Ceará, considera que a democratização da comunicação é uma questão estratégica e acha que é preciso rever os critérios de outorga das concessões de rádio e tv. Para Messias também é fundamental o controle social sobre os meios de comunicação.

Com a experiência de quem já participou de outras conferências os líderes comunitários, estudantis e sindicais presentes à reunião  destacaram a necessidade de mobilizar e organizar o povo para assegurar uma boa intervenção popular no processo da CONFECOM. Para Natanael Alves, da Federação de Bairros de Favelas de Fortaleza – FBFF “é fundamental promover debates entre a população, nas entidades populares, assim como interiorizar mais as atividades preparatórias para que a mobilização popular não deixe que os grandes esquemas de comunicação dominem a conferência”. Na opinião de Elenilson Gomes, da Associação dos Moradores do Álvaro Weyne, o movimento comunitário deve se mobilizar para participar dos debates e do processo da Conferência e lembra que a FBFF realizará seu Congresso ainda no mês de junho, quando seria possível levar para os delegados a discussão sobre a democratização da comunicação.

A  presidente da CTB/CE, Marta Brandão lembrou que o movimento social tem sido vítima de uma tentativa de criminalização promovida principalmente pela chamada grande imprensa.e portanto “a Conferência é também um desafio para o movimento social que precisa envolver sua militância”. Martinha sugere que se busque formas de envolver mais amplamente o conjunto da militância do PCdoB, mas também o povo que “afinal de contas acaba sendo a maior vítima da ação danosa dos meios de comunicação”. Já a presidente do DA do Curso de Jornalismo da Faculdade Cearenses – FAC, Ivina Carla Oliveira, lembrou a necessidade de uma participação mais organizada dos comunistas na discussão dos temas da CONFECOM, para tanto sugeriu a formação de um grupo de estudos que possa aprofundar o estudo e participar de debates junto ao movimento social.

Materializar a compreensão

Dizendo-se extremamente satisfeito com o resultado da reunião, o Secretário de Comunicação do PCdoB/CE, Inácio Carvalho, acredita que a militância comunista pode dar uma grande contribuição para o sucesso da Conferência Nacional de Comunicação. Carvalho considera que a reunião e o Encontro Estadual realizado no início de maio, “demonstram que já há um bom número de camaradas dispostos a se envolver nas atividades da conferência, mas ainda é necessário que essa disposição se materialize na realização de debates nos diversos segmentos sociais, nas entidades populares e nas próprias direções partidárias, assim como no envolvimento nas atividades relacionadas a CONFECOM”.

O dirigente estadual do PCdoB acredita que entidades como a CTB, a Federação de Bairros e Favelas  de Fortaleza, a UJS e outras que têm comunistas em suas direções devem participar das reuniões da Comissão Pró Conferência no Ceará CPC-CE e ajudar a conduzir o processo de forma ampla. “Nosso primeiro desafio é garantir a realização da Conferência Estadual, precedida das etapas municipais e/ou regionais, mas para isso a mobilização ainda é insuficiente e a visão da CPC-CE é um pouco estreita, o que pode nos criar dificuldades'', afirma Inácio Carvalho que arremata dizendo que “a presença dos comunistas pode ajudar muito na organização da conferência já que temos uma grande capacidade de mobilização e uma concepção mais ampla”. Um outro aspecto que o dirigente estadual do PCdoB considera fundamental é convencer os cinco prefeitos filiados ao partido a realizarem conferências municipais, assim como estimular os vereadores a promoverem debates nas câmaras municipais.

Das palavras à ação

Ao final da reunião foram aprovados alguns encaminhamentos. O primeiro deles é a orientação para que os militantes do PCdoB levem o debate para suas categorias ou segmentos em que atuam. Um dos objetivos é reforçar a presença das entidades populares, em especial as de maior expressão, na CPC-CE, mas também promover um amplo debate na sociedade, envolvendo ao máximo os setores mais organizados, mas também a população em geral. Os comunistas decidiram ainda formar uma comissão composta por Inácio Carvalho, Ivina Carla, Marta Brandão, Natanael Alves e Aguinaldo Aguiar, encarregada de aprofundar a discussão dos temas da conferência e mobilizar o partido. A comissão deverá realizar sua primeira reunião na terça feira, dia 16 e está aberta a participação militantes. O sucesso da reunião fez com que os participantes aprovassem a idéia de novos encontros semelhantes e com uma presença mais expressiva em data a ser marcada.

Da Redação do Vermelho/CE