Chico Lopes considera preocupante decisão do STF sobre exercício do jornalismo

Uma decisão polêmica e preocupante para a sociedade brasileira. Assim o deputado federal Chico Lopes (PCdoB) qualifica o julgamento realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira, 17/6, apontando para o fim da exigência de formação superio

''Não se trata apenas de defender os interesses de uma categoria, que busca com justiça valorizar e zelar pela sua profissão. O problema é que a questão é muito mais profunda: diz respeito à qualificação dos profissionais que lidam com a informação, à responsabilidade técnica e ética sobre a informação que chega até nós todos os dias'', afirma Lopes. ''Essa é uma tarefa tão complexa e exigente quanto o trabalho de outros profissionais, como médicos e advogados'', acrescenta, discordando do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que chegou a argumentar que, como nem todo cozinheiro precisa ser formado em escolas de Gastronomia, o jornalismo também poderia ser exercido, profissionalmente, por pessoas sem graduação específica na área.


 


''É complicada essa decisão do STF, pelo poder que, na prática, dá aos patrões, aos donos de jornais, de colocarem em suas empresas, para exercer funções que são prerrogativas de jornalistas profissionais, as pessoas que bem entenderem. Sem haver sequer uma qualificação mínima necessária a quem deseja fazer do jornalismo um meio de vida. Uma profissão que exige muita responsabilidade e cobra muito dos profissionais, que atuam sob constantes pressões'', ressalta Chico Lopes, para quem a decisão do STF vai no rumo contrário ao do aperfeiçoamento profissional.


 


''Quando hoje todos os profissionais investem na sua formação e buscam uma qualificação cada vez melhor, o STF emite uma decisão que aponta no sentido contrário. Como se qualquer pessoa pudesse ser jornalista profissional, em nome do argumento da liberdade de expressão. Mas para exercer essa liberdade já não é exigido diploma dos colaboradores, de muitos colunistas e de autores de artigos publicados nos jornais'', contrapõe Chico Lopes, questionando: ''Se o argumento da liberdade de expressão for absoluto, como fica a regulamentação das demais categorias profissionais? Na verdade, a discussão não é sobre liberdade de expressão, e sim sobre exercício de uma profissão. Tanto que o questionamento ao diploma partiu das entidades patronais''.


 


Solidariedade


 


Lopes manifesta ainda sua solidariedade com os jornalistas cearenses e de todo o País. ''Acompanhamos a luta da categoria, os trabalhos do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará, em todos os momentos de manifestação contra essa tentativa de desvalorização da profissão'', lembra Lopes, ressaltando ainda a atuação da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).


 


''Queremos, neste momento, nos solidarizar com todos os jornalistas do Ceará e do Brasil e expressar nossa preocupação com o futuro da qualidade da informação que chega aos brasileiros, todos os dias, através dos grandes meios de comunicação''.
 
 
Fonte: Ass. Imprensa – Dep. Fed. Chico Lopes – PCdoB-CE