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Kassab é vaiado em audiência para revisão do Plano Diretror

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) foi vaiado e enfrentou protesto de militantes ontem, na Câmara Municipal de São Paulo, durante a primeira audiência pública para a revisão do Plano Diretor da cidade. Os manifestantes pediam mais moradia e criticavam a

Para os militantes, o projeto atende apenas aos interesses do mercado imobiliário, pois permite a verticalização das construções em áreas nobres.

Já o governo alega que o projeto é mais restritivo que o Plano Diretor atual, pois amplia as exigências ambientais para os novos empreendimentos. O Plano Diretor é a principal lei sobre o desenvolvimento urbano de uma cidade. É ele que dá as diretrizes, por exemplo, para as regras de zoneamento.

Os opositores do projeto dizem que ele permite a verticalização ilimitada dos imóveis nos entornos das estações de trem e metrô e terminais de ônibus e que “libera” o adensamento de áreas já saturadas.

“Não podemos entender São Paulo como mercadoria. Esse projeto de lei está pobilitando que ao longo dos eixos de metrô e ônibus se possa construir empreendimentos favorecendo o investimento privado sem exigência de plano urbanístico estratégico. Ele facilita o negócio imobiliário em detrimento da qualidade de vida”, disse o arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, do Instituto Pólis.

A também arquiteta e urbanista Lucila Lacreta, da Associação Jardim das Bandeiras e do Movimento Defenda São Paulo, cobrou a avaliação do plano diretor implementado em 2002. “Essa avaliação ainda não foi apresentada à sociedade”, disse ela. “O que foi apresentado não foi uma revisão, foi um novo plano”, afirmou.

A arquiteta Luciana Bedesque, do Centro Gaspar de Direitos Humanos, reclamou da falta de acesso a mapas e ao conteúdo impresso da revisão do plano diretor. “Isso demonstra que a Câmara não está atenta à participação popular”, disse.

O diretor executivo da ONG Defenda São Paulo, Heitor Marzagão, afirmou que “enquanto o prefeito não recebe a sociedade civil organizada e recebe as construtoras, temos esta impressão (que a cidade está sendo vendida)”.

Um documento assinado por cerca de 200 entidades foi entregue a Kassab e à Câmara pedindo a rejeição do projeto. O cerimonial calcula que estiveram presentes, na sessão da tarde de ontem, ao menos 400 integrantes de entidades contrárias à revisão do Plano Diretor Municipal

Relator do projeto de revisão do PDE, o vereador José Police Neto (PSDB) considerou de cunho político as críticas e as vaias ao prefeito. “Quero que me apontem no texto do projeto onde está escrito que será permitida a construção de espigões”, desafiou.

Com agências