Inadimplência atinge lojistas do camelódromo da capital

Uma reunião extraordinária na Câmara de Vereadores de Porto Alegre (RS) debateu nesta quarta-feira (1º) a inadimplência no Centro Popular de Compras (CPC), vulgo Camelódromo. Cerca de 150 camelôs estiveram presentes e protestaram contra as altas taxas

Na semana passada, a empresa notificou mais de 80 lojas, ameaçando com despejo caso as dívidas não fossem pagas em oito dias. Até o momento aproximadamente 10 lojistas já baixaram as portas por não conseguirem pagar os aluguéis que variam de R$ 380,00 até R$ 4 mil conforme o espaço.


 



Juliano Fripp, representante dos comerciantes, conta que eles estão negociando uma audiência com o Legislativo para resolver sobre tais dívidas e demais questões referentes à organização do ambiente. Caso os problemas não sejam solucionados, principalmente a anistia das dívidas, eles afirmam que irão voltar às ruas.


 



“Essa é a terceira reunião da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor) depois da Tribuna e os vereadores enxergaram que não existe nada de diferente daquilo que a gente sempre tem dito; tanto que eles foram no camelódromo e reconheceram que o problema é muito grave lá dentro. As pessoas não estão tendo condições de pagar e dessa maneira o camelódromo vai acabar. A nossa próxima reunião será com o executivo. Nós estamos precisando de anistia e de carência porque se não for assim vai fechar o camelódromo e nós vamos voltar pra rua porque ninguém vai morrer de fome”, reclama.


 



Neudi Casagrande, gerente comercial da Verdi construtora, enfatizou que as notificações emitidas não serão canceladas. A empresa aguarda as decisões a serem tomadas na próxima audiência com o prefeito José Fogaça. “Assim que vocês fizerem uma reunião com o prefeito, vocês nos informem qual foi o encaminhamento que vocês tiraram dessa reunião que eu vou levar para a direção da empresa. Nós não vamos suspender as notificações porque as notificações que foram dadas são válidas”, diz.


 



Segundo o lojista Valdir Terra, 70% dos camelôs estariam insatisfeitos com a situação atual. O Bloco B, que fica ao fundo, após a avenida Julio de Castilhos, é o mais afetado. Valdir reclama que as taxas de aluguel e de condomínio são abusivas tendo em vista a pouca circulação de pessoas naquele bloco.


 



“A proposta que nós tínhamos quando nós fomos para o Centro Popular de Compras era de que seria um projeto de acordo com as nossas necessidades. Nós apostamos na idéia até porque nós fomos obrigados por força de lei a irmos para lá. Eu não sou contra o camelódromo, mas sim contra o projeto de camelódromo aéreo. Nós entendemos que as lojas nessa região teriam que ser no térreo. Se a prefeitura não nos ajudar com uma carência ou redução no valor do aluguel não será possível nós continuarmos no camelódromo”, afirma.


 



Valdir estima que cerca de 60% dos oitocentos camelôs estejam com dificuldades de pagar em dia as taxas de aluguel e condomínio e que a empresa se nega a fornecer a relação oficial com o número de devedores. A data da audiência com o prefeito Fogaça ainda não foi definida.



FONTE: Agência Chasque