Carrion homenageia os 55 anos da Petrobras no dia 1º

O líder do PCdoB na Assembleia Legislativa, deputado Raul Carrion, realiza no dia 1º de outubro, o Grande Expediente Especial em comemoração aos 55 anos da Petrobras.

A data escolhida é próxima do dia 3 de Outubro, que registra a promulgação da Lei 2004/53, que instituiu o monopólio estatal do petróleo e criou a Petrobras.

Após a cerimônia, ocorre o ato de reinstalação da Torre do Petróleo na Praça da Alfândega, em Porto Alegre. A Torre do Petróleo foi inaugurada em 1963, por iniciativa do Centro Acadêmico André da Rocha (direito UFRGS) e do Grêmio Estudantil Júlio de Castilhos, em comemoração ao 10º aniversário da Petrobras e do Monopólio Estatal do Petróleo. O equipamento de oito metros de altura, que por muitos anos esteve à mostra na Praça da Alfândega, na capital gaúcha, encontrava-se no Parque Saint Hilaire, a céu aberto entre restos de árvores e arbustos, sem qualquer tipo de manutenção.

Petrobras

Além de líder inconteste na exploração em águas profundas – onde é a maior produtora mundial (23% do total produzido) e detentora da tecnologia mais avançada – a Petrobras foi reconhecida pela Management & Excellence (M&E) como a empresa petroleira mais sustentável do planeta, referência mundial em ética e sustentabilidade, levando em conta 387 indicadores internacionais, entre eles a queda em emissão de poluentes e em vazamentos de óleo, menor consumo de energia e sistema transparente de atendimento a fornecedores.

Pesquisa do Reputation Institute entre as 200 maiores empresas – realizada entre janeiro e março de 2009, com 75 mil avaliações em 32 países – classificou a Petrobras como a quarta empresa mais respeitada do mundo – a frente da Microsoft, 3M, Honda, Google, Philips, General Eletric e Walt Disney – e como a primeira entre todas as empresas de energia.

Pré-sal

Em fins de 2007, foi descoberta a “Província de Petróleo em camada de Pré-Sal” – uma faixa marítima que se estende ao longo de 800 quilômetros, por 200 de largura, entre os Estados de Espírito Santo e Santa Catarina, sob uma lâmina de 2000 metros e grande profundidade de terreno (de 3 a 5 km), atravessando uma camada de sal de 2km –, que pode conter entre 50 e 80 bilhões de barris de petróleo de alta qualidade, em um valor estimado que pode chegar a U$ 10 trilhões.

Ainda em fase inicial de avaliação, essa fabulosa descoberta, fruto da capacidade tecnológica da Petrobras e de seus trabalhadores, multiplica as atuais reservas em torno de 7 vezes, colocando o Brasil entre os maiores detentores de reservas petrolíferas, atrás unicamente da Arábia Saudita, Irã e Iraque, e junto com o Kuwait.

A partir da descoberta do Pré-Sal, a Petrobras deu um salto no ranking das maiores empresas do mundo. Em maio de 2008 – antes, portanto da crise internacional, que jogou para baixo o valor da empresas norte-americanas – a Petrobras já era a terceira maior empresa das  Américas, atrás somente da Exxon Mobil e da General Eletric, com um valor estimado de U$ 287,2 bilhões.

"É necessário que a Petrobras volte a ser majoritariamente pública e que o governo trabalhe para alterar sua composição acionária – através da recompra de ações – de forma a que pelo menos 60% delas voltem à ser propriedade da União. Sob pena dos enormes lucros obtidos com a exploração do Pré-Sal virem a beneficiar os investidores estrangeiros, ao invés do povo brasileiro."

Torre do Petróleo
A Torre simboliza a luta da Campanha O Petróleo é Nosso, na década de 60, "uma das maiores campanhas cívicas populares do País". Durante a ditadura militar, a Torre foi espaço de manifestações populares em defesa da soberania.

Em 1985, durante a passagem de Alceu Collares pela prefeitura da Capital gaúcha, a Torre foi
resgatada de um depósito da Prefeitura e instalada em um local sem visibilidade. Na década de 90, por iniciativa de Carrion em associação com a prefeitura, a Torre foi recolocada em lugar nobre da Praça da Alfândega, junto à rua Sete de Setembro.

Ofícios públicos justificam que a retirada da Torre foi necessária em função do projeto
Monumenta, um programa de recuperação do patrimônio cultural urbano, executado pelo Ministério da Cultura. Com a retirada negociada e com o compromisso de recolocação o equipamento acabou em frente ao Banrisul, na rua Capitão Montanha. De lá, foi levado há quase um ano para o parque em Viamão.

"O que está em jogo é o reconhecimento de uma luta histórica do povo brasileiro e de afirmação de sua soberania. É uma visão retrógrada e elitista a que só entende como relevante os fatos históricos protagonizados pelos coronéis da Velha República, generais e representantes poderosos da elite. Também é História a luta do povo brasileiro pela soberania do País do que a campnha O Petróleo é Nosso é o maior exemplo. Fica a pergunta: Por que querem retirar a Torre do Petróleo e ninguém fala em retirar a Carta Testamento de Getúlio Vargas, que é do mesmo período histórico?"

De Porto Alegre,
Isabela Soares