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Vem aí a CPMF contra especulação?

Alemanha propõe taxar as transações financeiras mundiais em 0,05%. "É uma bandeira antiga dos movimentos sociais, mas a dúvida é para onde vai esse dinheiro", diz a economista Sandra Quintela, do Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS).

Ela se refere à proposta de criação de um imposto mundial sobre transações financeiras (FTT, na sigla em inglês). A proposta foi feita pelo ministro das Finanças da Alemanha, Peer Steinbrück. O FTT teria alíquota de 0,05% e poderia levantar, segundo cálculos do Instituto Austríaco de Pesquisas Econômicas, US$ 690 bilhões por ano.

Esse número representa cerca de 1,4% do PIB mundial, e poderia, em prazo médio, devolver o equilíbrio fiscal perdido nos países capitalistas centrais. Para Sandra, o FTT seria interessante para controlar e dar um diagnóstico sobre os fluxos de capital, mas ressalva: "Não toca nas questões principais, como, por exemplo, os paraísos fiscais, tão citados na reunião do G20 em Londres e, agora, aparentemente esquecidos pelo grupo em Pittsburg".

A economista acrescenta que a idéia inicial, conhecida como Taxa Tobin, era destinar os recursos arrecadados para reduzir a desigualdade no mundo: "As idéias dos movimentos sociais sempre são aproveitadas pelo status quo. O mais importante seria tratar a questão das dívidas dos países em desenvolvimento." No Brasil, observou, a dívida interna tornou-se um problema mais grave do que a dívida externa. Na crise, segundo ela, o BNDES não se intimidou em aumentar o gasto público para salvar grandes empresas.

A informação é do Monitor Mercantil