Desmatamento na Amazônia cai 45% e é o menor em 21 anos
O governo anunciou nesta quinta-feira (12) que o desmatamento na Amazônia Legal no último ano foi o mais baixo desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a monitorar a região amazônica, em 1988. Compare o desmatamento ano por ano e governo por governo.
Publicado 12/11/2009 17:39

Entre agosto de 2008 e agosto de 2009 foram desmatados 7 mil quilômetros quadrados, de acordo com os dados do projeto de monitoramento por satélite do Inpe (Prodes). Esta também foi a primeira vez em 21 anos que a área derrubada ficou abaixo dos 9 mil quilômetros quadrados.
O resultado mais próximo disso foi registrado entre 2006 e 2007, com 11.633 km2 derrubados.
O número também representa uma redução de 45% em relação ao período de agosto de 2007 a agosto de 2008, quando, segundo o projeto de monitoramento do Inpe, foram desmatados 12,9 mil quilômetros quadrados.
"Ainda é muito, mas a queda foi muito grande. É um dado excelente, um resultado histórico", afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que participou do anúncio ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
A menos de um mês da Conferência da ONU sobre mudanças climáticas em Copenhague, com ou sem metas de redução de emissões, o resultado vai ser um trunfo importante para o governo brasileiro nas negociações por um acordo que substitua o Protocolo de Kyoto.
Arco Verde
Nos últimos anos, a tendência histórica vem sendo de queda na área desmatada.
No entanto, o governo federal ainda está distante das metas assumidas em seu Plano Nacional de Combate às Mudanças Climáticas, que prevê a queda do desmatamento a 80%.
Isso significa que o desmatamento máximo admitido em 2020 deve ficar por volta de 4 mil quilômetros quadrados, menos de metade dos números anunciados com estardalhaço nesta quinta-feira.
O anúncio foi feito durante o evento de divulgação do balanço do Mutirão Arco Verde, o programa do governo federal de combate a atividades clandestinas que levam ao desmatamento.
O programa visa a promover o desenvolvimento sustentável nos 43 municípios amazônicos responsáveis por mais de 50% das derrubadas na região.
O projeto envolve 14 órgãos do governo, sob a tutela da Casa Civil, além das prefeituras da região e de organizações não-governamentais.
O governo incluiu também um programa de regularização fundiária no Mutirão Arco Verde, como parte da tentativa de unificação das políticas de assentamento agrário, regularização ambiental e desenvolvimento sustentável.
Dilma: momento especial
"Estamos num momento muito especial, o Brasil vem de longa data fazendo seu dever de casa, com a conferência de Copenhague, com ações afirmativas mais fortes, com o objetivo de reduzir a até 80% do desmatamento com este programa Arco Verde Terra Legal. Devemos nos orgulhar que o Brasil dá este passo também para garantir que as relações entre os três entes federados sejam tão eficazes. Quero dar um viva a esta parceria de desenvolvimento sustentável com geração de renda", afirmou a ministra Dilma Rousseff.
Considerada rival da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que teria deixado a pasta pelas pressões econômicas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), comandado por Dilma, a chefe da Casa Civil elogiou a Operação Arco de Fogo, coordenada por Marina, com participação do Ibama e da Polícia Federal.
"A operação Arco de Fogo mobilizou a Polícia Federal e o Ibama para coibir e reprimir para reverter as taxas de desmatamento. Acho que não podia ter só a proposta que pura e simplesmente reprimisse o desmatamento. Era também necessário garantir que fosse dado alternativa para a exploração sustentável que gerasse renda, oportunidades, condições de vida para as populações que vivem nestes municípios", disse.
Fonte: BBC Brasil
(modificada às 19h19)