Execução de britânico na China estremece relação entre países
O Governo da China defendeu o seu sistema judicial que executou com uma injeção letal, nesta terça-feira (29), um britânico preso por trafico de heroína. Akmal Shaikh, de 53 anos, foi preso em setembro de 2007 em Urumqi com 4 kg de heroína. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, se declarou perplexo com a execução.
Publicado 29/12/2009 11:57
O caso pode estremecer as relações entre os dois países, que já havia sofrido um revés por causa dos resultados da Conferência do Clima. A Grã-Bretanha é o terceiro maior parceiro comercial da China na Europa, com um comércio total de 45 bilhões de dólares em 2008.
Shaikh havia sido sentenciado à morte em dezembro de 2008 e perdeu sua apelação final na Suprema Corte chinesa no começo deste ano.
Parentes de Shaikh e o governo britânico haviam argumentando que o ex-empresário sofria de transtorno bipolar e depressão maníaca. Os defensores de Shaikh, como a ONG britânica Reprieve, disseram que uma gangue criminosa o enganou para que ele transportasse as drogas. A Suprema Corte chinesa rejeitou o apelo, dizendo haver provas insuficientes de doença mental.
Em nota divulgada pela chancelaria britânica, Brown disse estar “perplexo e desapontado por nossos persistentes pedidos de clemência não terem sido atendidos". "Estou particularmente preocupado por nenhuma avaliação mental ter sido realizada."
Jiang Yu, porta-voz da chancelaria chinesa, reagiu dizendo que "ninguém tem o direito de falar mal da soberania judicial da China". "Manifestamos nossa forte insatisfação e resoluta oposição às infundadas acusações britânicas."
O chanceler britânico, David Milliband, ressaltou que o governo britânico não está criticando o combate ao narcotráfico. "A questão é se o sr. Shaikh se tornou uma vítima adicional dele."
A agência estatal de notícias Xinhua disse que Shaikh foi executado com uma injeção letal, na região de Xinjiang, no extremo oeste chinês. Shaikh foi o primeiro cidadão europeu executado na China desde 1951, segundo entidades ocidentais de direitos humanos.
Com informações da Agência Reuters