História – Mandela: 20 anos de paz

Ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, comemora hoje 20 anos de liberdade. Para professor da UFC, mudanças estabilizaram democracia na África

Nelson Mandela

Nelson Mandela foi condenado a prisão perpétua em junho de 1964, sob a acusação de planejar ações armadas, sabotagem e conspiração para ajudar outros países a invadirem a África do Sul. Tido como um símbolo da luta contra a segregação racial, Mandela reconquistou sua liberdade em 11 de fevereiro de 1990.

O ativista que sempre lutou contra o apartheid, regime de segregação racial em detrimento dos negros, retomou sua liberdade após o último presidente branco da África do Sul, Frederik de Klerk, proferir discurso histórico no Parlamento Sul-africano, anunciando a legalização dos partidos negros e a libertação dos prisioneiros políticos, dentre os quais estava Nelson Mandela, preso por 27 anos.

A Libertação de Mandela, culminou no fim do apartheid e na instauração da democracia na África do Sul. Liberto, admitiu ter planejado ações armadas e de sabotagem, porém, tudo em favor da liberdade e igualdade racial, negando a acusação de ter feito conspiração para ajudar outros países a invadirem a África do Sul.

Em 1993, Nelson Mandela e o então presidente Frederik de Klerk, foram agraciados com o prêmio Nobel da Paz. No ano seguinte, disputando a histórica eleição multirracial, Mandela tornou-se o primeiro chefe de Estado negro da África do Sul, governando o país de 1994 até 1999, quando renunciou voluntariamente ao cargo, entregando o poder aos líderes mais jovens, tornando-se um caso raro de renúncia voluntária do poder.

Para o historiador e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Eurípedes Funes, a comemoração desses 20 anos é muito importante em todos os sentidos. “Simboliza a democratização da África do Sul, o fim do apartheid e relembra o ícone que é Nelson Mandela. Homem que sempre lutou por uma causa difícil, como ele mesmo dizia, -não há caminho fácil para a liberdade-. Ainda há muita luta pela frente“, disse.

Estudioso da cultura negra, o professor afirmou que as mudanças foram muito importantes no sentido da estabilização política democrática na África do Sul, mas a desigualdade social ainda é elevada.

Desde 1994, o CNA (Congresso Nacional Africano) – partido de Nelson Mandela – venceu com folga todas as eleições, totalizando três mandatos no poder. Para Funes, isso ainda não pode ser considerado monopartidarismo. Segundo ele, não é tempo suficiente para isso. “Pesa muito a influência de Mandela no voto dos sulafricanos“, afirmou.

Fonte: Jornal O Povo