Fiesp reforça apelo ao Banco Central para que não eleve juros
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, reforçou hoje o apelo ao Banco Central (BC) para que não eleve a taxa básica de juros, a Selic, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana.
Publicado 11/03/2010 20:36
Há expectativa no mercado de que os juros terão um aumento, pois o BC estaria preocupado com a capacidade das empresas de dar conta do crescimento da demanda interna.
Skaf conversou hoje, por telefone, com o presidente do BC, Henrique Meirelles, e repassou um estudo da Fiesp que descarta a necessidade de alta na Selic. Técnicos da entidade estão reunidos com o diretor de política monetário do BC, Mário Mesquita, para apresentar o documento.
Segundo Skaf, Meirelles ouviu os apelos com atenção, mas não sinalizou qual procedimento a autoridade monetária irá adotar na reunião do Copom.
"Apenas expressei que não precisamos de medidas que possam inibir a demanda. Um aumento no juro prejudicaria os investimentos e a geração de postos de trabalho", afirmou o presidente da Fiesp, ressaltando que o emprego industrial ainda tem um déficit de 230 mil vagas.
O estudo aponta que a produção ainda está 5% abaixo no nível registrado em setembro de 2008, quando a crise global foi intensificado com a quebra do banco Lehman Brothers.
"Nesta época, também tínhamos capacidade para crescer. Além disso, os investimentos devem crescer acima de 10% neste ano. Portanto, temos folga boa para ampliar a capacidade produtiva e ainda investimentos embalados. Precisamos, agora, parar de ter receio de demanda", advertiu Skaf.
Em relação ao avanço no primeiro bimestre de 1,54% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ele atribuiu o resultado à sazonalidade do período, sobretudo no caso dos alimentos, com o aumento das chuvas que prejudicaram a colheita, e transportes e educação, que normalmente tem os reajustes no começo do ano.
Fonte: Valor